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Capital

Estelionatário faz empréstimo de R$ 60 mil em nome de aposentado

Estelionatários usavam dados do INSS, falsificavam documentos e pediam empréstimo em bancos

Silvia Frias | 04/11/2021 10:42
Caso foi investigado pela equipe do Garras, em Campo Grande. (Foto: Arquivo)
Caso foi investigado pela equipe do Garras, em Campo Grande. (Foto: Arquivo)

Representante comercial de 47 anos foi preso e outros dois estão sendo procurados por aplicarem golpe em instituições financeiras e aposentados e pensionistas do INSS. No caso que levou à prisão, o grupo conseguiu empréstimo de R$ 60 mil, sacando R$ 22 mil do total.

O flagrante aconteceu ontem, depois que sistema de segurança de banco desconfiou de homem que havia feito empréstimo de R$ 60 mil. Dos envolvidos, apenas Odair José Ferreira de Araújo, 47 anos, foi preso. Ele confessou o crime e apresentou duas versões sobre os outros integrantes do esquema.

Hoje, a prisão em flagrante foi avaliada na audiência de custódia, sendo revertida em preventiva.

Segundo informações do boletim de ocorrência no Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco e Resgate em Assaltos e Sequestros), o esquema envolveria pelo menos três homens.

Odair era responsável por fazer consultas nas bases cadastrais do SPC/Serasa, obtendo números do CPF, e conseguia verificar a margem de valor para consignados. Outro homem seria responsável por confeccionar os documentos falsos usados no esquema.

O outro envolvido deveria ser pessoa parecida com a vítima, para não levantar dúvidas da identidade. Neste caso, Odair convocou o irmão, André Avelino de Araújo, que se passou pela vítima, que não terá o nome divulgado.

No depoimento do funcionário do Banco Santander, consta que André, se passando pelo aposentado, foi até agência nas Moreninhas e abriu conta corrente simples. Passados 20 dias, foi concedido cartão de crédito e limite pré-aprovado de cheque especial.

Alguns dias depois, o “aposentado” foi até agência na região central e pediu empréstimo, sendo liberado R$ 60 mil na conta. Mesmo com o aval, o sistema de segurança suspeitou da fraude e a conta foi bloqueada, mas os estelionatários já tinham sacado R$ 22 mil.

Ontem (3), segundo depoimento de Odair, o irmão tentou sacar mais R$ 35 mil, mas a fraude foi descoberta e o banco bloqueou o montante. Os dois ainda foram até agência nas Moreninhas para tentar desbloquear o aplicativo e sacar o restante, mas fugiram ao desconfiarem da movimentação policial no local.

Odair José disse que deixou o irmão na Avenida dos Cafezais e voltou para casa. Diz que André mora no Coophavila, mas não soube precisar o endereço.

Durante o depoimento, ele apresentou duas versões: há alguns dias, disse ter conhecido homem que se apresentou como “Sérgio Negão”, residente no Bairro Dom Antônio Barbosa e o convidou para aplicar golpe em instituições bancárias. A função de Odair era levantar dados de quem teria margem para consignados.

Para isso, usava informações do site do governo federal e do INSS, com senhas dadas por Sérgio Negão, também responsável pela emissão dos documentos usado pelo outro comparsa.

No fim do depoimento, pediu para se retratar, dizendo que não existe Sérgio Negão, e que inventou para não incriminar o irmão.

No caso específico, foi o irmão quem conseguiu dados da vítima. Sobre o valor, sacaram R$ 3,5 mil e o restante foi movimentado no cartão de débito.

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