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Capital

Estelionatário usava até nome do governador para aplicar golpes

Paula Maciulevicius e Viviane Oliveira | 27/03/2012 20:59

Bryan Correia Pulguério, que se identificava como Anderson Andrade Correia Puccinelli, já tem extensa ficha criminal desde 2007

Depois de ter a foto divulgada pela Polícia, Bryan foi preso enquanto estava na prefeitura (Foto: João Garrigó)
Depois de ter a foto divulgada pela Polícia, Bryan foi preso enquanto estava na prefeitura (Foto: João Garrigó)

Acima de qualquer suspeita. Bem vestido e ainda adotando o sobrenome “Puccinelli”. Assim é o estelionatário preso na tarde desta terça-feira (27) pela Guarda Municipal, em Campo Grande. Apesar de jovem, Bryan Correia Pulguério, 22 anos, que se identificava como Anderson Andrade Correia Puccinelli, já tem extensa ficha criminal desde 2007.

Depois de ter a foto divulgada pela Polícia, Bryan foi preso enquanto estava na Prefeitura. Conhecido por dar golpes, a Polícia Civil calcula que só neste ano ele tenha feito pelo menos quatro vítimas, entre elas um taxista e uma jovem de 24 anos.

Segundo o delegado Wellington de Oliveira, Bryan era tão convincente que chegou até a receber um almoço da família de uma das vítimas. Na lábia, o estelionatário conseguia chegar até a fraqueza da pessoa e depois de ganhar a confiança, conseguia dar o golpe.

Para o taxista, vítima do dia 13 de janeiro, ele fingiu que conversava com uma pessoa ao telefone, enquanto pegava a corrida, dizendo que não poderia receber a quantia de R$ 5 mil em sua conta corrente. Ao final da ligação ele contou do “problema” ao motorista que ofereceu a própria conta bancária para o depósito.

Durante a ação, Bryan e o taxista pararam no shopping Norte Sul, desceram e se dirigiram direto ao caixa eletrônico. No momento em que a vítima foi conferir o extrato bancário, o estelionatário colocou outro comprovante por cima, que mostrava a transferência de R$ 5 mil.

Depois da suposta transferência, o jovem pediu ao taxista que então comprasse a ele um notebook e um celular. Pela “ajuda” na transferência ele receberia R$ 200.

As compras dos eletrônicos totalizaram aproximadamente R$ 4 mil. No fim das contas, o taxista esperou por meia hora dentro do carro, até se dar conta de que Bryan havia fugido.

Segundo o delegado Wellington de Oliveira, Bryan se aproveitava da fragilidade das vítimas para aplicar o golpe. “Ele é o típico estelionatário, chega para conversar, vê a dificuldade da vítima e vai em cima da sua necessidade”, comenta.

No caso da jovem de 24 anos, a vítima foi abordada por uma mulher enquanto distribuía currículos no shopping Campo Grande. A mulher agendou uma entrevista de emprego para a jovem que foi realizada no dia 24 de fevereiro.

A vítima se encontrou com a mulher e Bryan em frente à prefeitura, onde estava marcado e de lá partiram para a Promotoria, com a justificativa de que Bryan precisava encontrar um advogado. Durante a suposta entrevista, Bryan pediu os documentos da jovem para registrá-la como recepcionista. Documentos que ainda não foram devolvidos à jovem.

Segundo registro policial, alguns dias depois, Bryan chegou a dizer para a vítima que lhe daria um carro. Os dois até fizeram um test drive e também foram visitar um imóvel para comprar. Situações que foram presenciadas também por familiares da jovem. A vítima só procurou a Polícia por não ter os documentos devolvidos.

Bryan vai responder por estelionato e furto, com pena prevista de dois a oito anos de reclusão. A Polícia pede para que outras pessoas que foram vítimas do estelionatário que vá até a delegacia, localizada na rua Padre João Crippa, 1.581 ou entrem em contato pelo telefone 3312-5700.

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