Estudantes se concentram em praça para passeata contra cortes na UFMS
Alunos vão sair pela Afonso Pena como parte de manifestação nacional pela Educação
Acadêmicos da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) fazem protesto na Praça do Rádio na tarde desta quinta-feira (30). A concentração começou já pela manhã, no campus de Campo Grande, com a produção de cartazes. Depois, os estudantes seguiram para Praça do Rádio, onde começaram a chegar às 15 horas.
Agora, cerca de 400 pessoas estão no local. A acadêmica de Ciências Sociais, Camila Jara, diz que a expectativa é que a participação aumente no fim da tarde. “Estamos esperando mais gente para às 17 horas, porque é o horário marcado para caminhada”, explica.
O grupo pretende sair pela Afonso Pena, ir à Rua Rui Barbosa, voltar pela Barão do Rio Branco, até chegar novamente à Praça. Enquanto esperam, em carro de som, manifestantes estão relatando experiências sobre pesquisas desenvolvidas pela UFMS e falando de riscos com corte de 30% das verbas destinadas à Universidade, anunciado pelo governo Jair Bolsonaro.
A estudante Marilia Sinani veio de Mogi Mirim (SP), está no penúltimo semestre do curso e pela segunda vez participa de mobilizações nas ruas desde que ingressou na UFMS, sempre por mais investimentos em educação. "Tenho bolsa permanência, o que foi priorizado, para a gente não precisar voltar para a nossa cidade. Mas não sei até quando”, comenta sobre o Programa Bolsa Permanência, que concede auxílio financeiro aos estudantes de outras cidades.
A professora de Artes Visuais, Denize Melo, também entrou na mobilização já pela manhã, com uma ação dentro da universidade para chamar atenção dos alunos para a manifestação de hoje. “Estou muito preocupada porque os cursos de extensão, que ligam os alunos à comunidade, também perderam verba. Todo mundo perde nessa briga contra a educação”.
Funcionária pública aposentada, Sandra Pereira apareceu para fortalecer o movimento dos estudantes. “Devia ter mais gente. O problema é que aqui o pessoal é muito de direita e não apoia as lutas sociais”, critica.
O MEC (Ministério da Educação) bloqueou mais de R$ 29,7 milhões da UFMS e divulgou que o corte compromete todas as atividades desenvolvidas na instituição, incluindo projetos de pesquisa, de extensão, empreendedorismo e inovação.
Atualmente, a UFMS oferece 116 cursos de graduação e 61 de pós-graduação (mestrado e doutorado) em 21 municípios do estado. Em seu quadro docente a instituição mantém cerca de 2.800 professores e técnicos-administrativos em suas unidades administrativas e acadêmicas para atender mais de 23 mil estudantes. A UFMS é a primeira universidade em qualidade do estado e está em 36ª posição no ranking das melhores universidades do País.