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Capital

Família de florista morta pelo ex acredita que crime foi premeditado

"Ele premeditou, se preparou", disse uma das irmãs da vítima, que veio de MG para assistir ao julgamento

Viviane Oliveira e Bruna Marques | 23/03/2022 10:10
Suetônio chegando ao Tribunal do Júri. (Foto: Henrique Kawaminami) 
Suetônio chegando ao Tribunal do Júri. (Foto: Henrique Kawaminami)

É julgado desde as 8h desta quarta-feira (23) na 2ª Vara do Tribunal do Júri, Suetônio Pereira Ferreira, de 59 anos, o Tony. Ele cometeu o primeiro feminicídio registrado em 2020, em Campo Grande. A vítima foi a ex-namorada Regiane Fernandes de Farias, 39 anos, alvejada a tiros quando chegava para trabalhar numa floricultura no Bairro Carandá Bosque, pouco antes das 8h.

A família da florista, que compareceu em peso nesta manhã no plenário, acredita que o crime foi premeditado. Vinda de Minas Gerais para acompanhar o julgamento, a médica-veterinária Regislaine Fernandes, 36 anos, irmã caçula da vítima, disse que nada vai trazer a vida de Regiane de volta, mas os familiares desejam pena máxima para o réu. “Hoje, a minha irmã não tem voz, mas nós temos”, afirmou. Os dois filhos de Regiane, de 21 e 24 anos, também acompanham o julgamento.

Segundo Regislaine, na época, a família não tinha conhecimento do relacionamento do casal. “Ninguém conhecia ele. A gente entende que ela sofria ameaças e nos poupou com medo de envolver mais pessoas. Só ficamos sabendo dele no dia do crime. Esse relacionamento foi uma surpresa pra gente”, contou.

Ao falar sobre o crime, Suetônio alegou depressão e esquecimento, mas disse que estava noivo de Regiane e que no dia 4 de abril, o casal iria viajar em lua de mel para Maceió. Informação contestada por Regislaine.

Regislaine abrançando um dos sobrinhos, filho de Regiane. (Foto: Henrique Kawaminami)
Regislaine abrançando um dos sobrinhos, filho de Regiane. (Foto: Henrique Kawaminami)
Regiane foi morta quando chegava para trabalhar. (Foto: Reprodução / Facebook)
Regiane foi morta quando chegava para trabalhar. (Foto: Reprodução / Facebook)

“Isso não faz o menor sentido. Nossa família é muito unida. Somos três irmãs de idades próximas e muito amigas. Se um fato desse existisse [casamento], todo mundo saberia. Ele premeditou o crime, se preparou. Ela vinha sofrendo ameaças, por isso, escondeu esse relacionamento da gente, estava sendo coagida”, contou.

Segundo a irmã, na época do crime, Regiane estava separada havia 2 anos, era muito trabalhadora, tinha dois empregos, vivia na correria e só folgava aos domingos. “Mesmo assim, ela ainda arrumava freelance, porque precisava trabalhar, era a provedora da casa, muito boa e de coração bom”, destacou.

No dia do fato, Regiane chegava para trabalhar, quando foi surpreendida por Suetônio e atingida com dois tiros de revólver calibre 44. Depois disso, ele atirou contra a própria cabeça, foi socorrido, ficou internado sob escolta por cerca de duas semanas e depois, foi transferido para a prisão. A vítima também foi socorrida, mas morreu horas depois. O resultado do julgamento será divulgado no período da tarde.

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