Ferido em tiroteio em frente de boate já comprou armas "por investimento"

O barbeiro Lucas Matheus Adonis Torres, de 23 anos, que foi ferido em frente de boate na Avenida Afonso Pena em tiroteio com policiais militares, por volta das 5h de ontem (5), já foi preso no dia 28 de maio deste ano com cinco armas de fogo e 153 munições. Depois do que ocorreu ontem, está preso sob custódia no hospital.

Por conta do flagrante de maio, passou a responder por posse irregular de arma de fogo de uso permitido e restrito, além de receptação. Na ocasião, o rapaz disse que tinha uma renda de R$ 3 mil e comprava as armas "por investimento", chegando a gastar até R$ 20 mil em uma arma. Na casa dele, onde vivia com a mulher e os dois filhos, no Jardim Canguru, foram localizadas três pistolas e dois revólveres.

Segundo Lucas, a pistola havia sido adquirida por R$ 2 mil há mais de 1 ano, de desconhecido no Bairro Aero Rancho. As outras pistolas foram compradas nas Moreninhas por R$ 20 mil, e os outros revólveres pelo valor de R$ 11 mil.

Na época, ele afirmou à polícia que não fazia parte do crime organizado e comprava as armas para investir, quando sobrava algum dinheiro. Naquele flagrante, dois dias depois da prisão, o rapaz foi solto em audiência de custódia.

Em outubro, Lucas foi preso por receptação. Na barbearia dele, foram encontrados dois relógios furtados da casa do advogado João Alex Monteira Catan, 68 anos, pai do deputado estadual João Henrique Miranda Soares Catan (PL).

Tiros - Ontem, Lucas foi detido novamente após sair de uma boate na Avenida Afonso Pena. Ele era passageiro de um Ford Ecosport, foi baleado na barriga em tiroteio com policiais militares e está internado na Santa Casa com escolta policial. O amigo dele, Gustavo Matoso Medina, também de 23 anos, era quem dirigia o automóvel.

Conforme relatos dos policiais, envolvidos na ocorrência, estavam de folga, como clientes, no estabelecimento, quando os dois homens iniciaram uma discussão no local e foram expulsos pelos seguranças do clube.

Na saída, durante o pagamento da comanda, os suspeitos ameaçaram os funcionários falando que: “isso não iria ficar assim e iriam retornar para acertar as contas”.

Depois que Lucas e Gustavo saíram do clube no Ford Ecosport, acompanhados por duas mulheres, testemunhas ouviram vários disparos de arma de fogo. Eles haviam atirado no meio da rua.

Na sequência, os suspeitos voltaram para a frente da casa noturna, foi quando os seguranças informaram o que havia acontecido aos policiais.

Os PMs então saíram pelos fundos do estabelecimento e ouviram outros disparos. Foi dada ordem de parada aos suspeitos, que não obedeceram. Enquanto Gustavo, que dirigia o carro, acelerou, Lucas apontou a arma em direção aos policiais. Em resposta à ameaça, os militares atiraram. Gustavo perdeu o controle da direção e colidiu contra o poste de energia elétrica.

Dois ocupantes do carro foram atingidos pelos disparos, Lucas e uma das mulheres. Os outros dois sofreram ferimentos leves por causa da batida. O reforço policial foi acionado e fez o isolamento da área até a chegada da perícia e da Polícia Civil. No carro, foram apreendidas uma pistola 9 mm, que ainda não se sabe a quem pertencia, e uma porção de maconha.

O socorro foi acionado e levou os ocupantes do carro para a Santa Casa. Lucas foi preso em flagrante, passou por cirurgia e continua internado sob escolta policial. Já Gustavo conseguiu fugir do pátio da unidade de saúde, após sair da ambulância.

O advogado Amilton Ferreira de Almeida, que faz a defesa de Gustavo, disse que o rapaz não fugiu e apenas recusou atendimento, pois estava bem. “Ele disse que não apontou a arma para nenhum policial e assim que for chamado na delegacia irá apresentar a sua versão dos fatos”, afirmou.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Lucas, que deve passar por audiência de custódia ainda nesta manhã. O carro envolvido na confusão foi apreendido. O caso continua sob investigação policial.

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