Filha não segura a emoção de vacinar o próprio pai e cai no choro em drive
Emocionada, estudante sabia que vacinaria o pai, mas não conteve as lágrimas
A cena não é inédita, mas mostra tamanho sentimento de alívio e também de responsabilidade em vacinar o próprio pai. Há uma semana, a estudante do 4º semestre da Enfermagem, Gabriely Ramsdorf Leal aplicou a segunda dose da vacina contra a covid no pai, Marcelo.
Nos 47 segundos de vídeo, o pai chega ao box do drive montado na UCDB, universidade onde estuda a filha, para o carro, abre a porta e fala:
- Vai, minha filha.
- Confirma para mim, por gentileza, 0,5... Ai, tô emocionada.
O diálogo é gravado por um colega, enquanto Gabriely cai no choro. O amigo até se oferece para aplicar, mas a estudante logo se recompõe e dá conta do trabalho.
"Toda vez que eu vejo esse vídeo fico emocionada. Aqui em casa, graças a Deus, meu pai e minha mãe não tiveram covid diretamente. Meus avós tiveram, meu avô chegou a ficar internado, mas ficou bem. Meu pai foi sempre a pessoa que eu mais me preocupei em vacinar", conta a estudante.
Por ter problemas de saúde, ela esperava o dia da imunização estar completa. No intervalo entre a primeira e a segunda dose da vacina do pai, Gabriely foi chamada para trabalhar no polo de vacinação da UCDB. A partir daquele momento, a filha esperava ansiosa para a data do reforço do pai.
"Quando ele for tomar a segunda dose, tem que ser lá. E deu certo. Meu plantão era das 17h às 22h, eu fiquei esperando, ver se o carro estava chegando, e quando chegou, fiquei emocionada daquela forma", descreve.
Apesar de dizer que não é chorona, a filha não segurou as lágrimas. "Eu comecei a explicar a vacina como tem que ser feito, mostrar a quantidade que tem dentro da seringa e, de repente, me veio o sentimento muito bom, de estar finalmente vacinando meu pai com a segunda dose", explica.
O pai fala que "travou mesmo" na hora, sentindo um misto de emoções. "Você vê a sua filha te vacinando em uma coisa tão importante, num momento deste, que vem um turbilhão de sensações. É uma coisa única, uma experiência única que, graças a Deus, eu pude passar", narra o empresário Marcelo Barros Leal, de 41 anos.
Com pressão alta e acima do peso, o pai estava sendo cuidado de perto pela filha estudante que, a cada dia, monitorava a data de vacinação.
"Cheguei do serviço, peguei o carro e fui para ser vacinado onde ela estava. Acredito que não foi exatamente uma surpresa, porque ela sabia que eu iria, mas acho que ficou pensando se seria ela mesma a vacinar", acredita Marcelo.
Imóvel, o pai diz que não conseguiu nem descer do carro para abraçar a filha. "Foi um momento único e um dia, eu vou poder contar pra todo mundo que a minha filha colocou a mão na massa e fez parte desse movimento da vacina", finaliza.
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