Fortes chuvas revelam deficiências e falta de pessoal da Defesa Civil
A equipe da Defesa Civil de Campo Grande precisou “se desdobrar” para prestar assistência à população em situação de risco durante o temporal do último sábado (4). Dois homens e duas viaturas estavam de plantão para colocar em prática ações de emergência, enquanto sete bairros estavam em estado de alerta, com casas e ruas alagadas, carros arrastados e árvores desabando, conforme levantamento conjunto do órgão com o Corpo de Bombeiros.
O chefe da Defesa Civil do município, major Luidson Noleto, credita a equipe reduzida à falta de voluntários disponíveis na hora da chuva. “Normalmente, acionamos nossa equipe voluntária, mas estamos no período das férias, muita gente ainda não tinha retornado das viagens do recesso, estávamos sem pessoal para dar conta desta situação atípica na Capital”, afirma.
Em 46 minutos, choveu quase a metade do registrado nos anos anteriores em todo o mês de dezembro – foram 65,3 mm no ponto mais afetado da cidade, a região Central, conforme o Corpo de Bombeiros, enquanto a média gira em torno dos 160 mm.
Nesse intervalo de tempo, a Defesa Civil esteve nas ruas Rui Barbosa, Ricardo Brandão, Joaquim Murtinho, avenida Julio de Castilhos e na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Coronel antonino, que foi invadida pela água.
Os 50 bombeiros de serviço revezaram 30 viaturas para socorrer os bairros Joquei Clube, Marcos Roberto, Vila Nhá Nhá, Guanandi, Monte Castelo, Jardim TV Morena, e o Centro da cidade.
“Foram mais de 20 ocorrências só nestes locais durante a chuva. A maior parte delas inundações, mas também caíram duas árvores no Cabreúva e no José Abrão, além do corte de outra que apresentava risco no Almeida Lima”, diz o coronel Ociel Ortiz, do Corpo de Bombeiros. Em uma das ocorrências, uma árvore atingiu uma pessoa no bairro Parati. A vítima sofreu escoriações leves, e foi socorrida pela Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
“É uma grande quantidade de ocorrências ao mesmo tempo, a gente acaba mandando um veículo às vezes não adequado parta aquele tipo de ocorrência, e assim vamos conseguindo atender”, resume Ortiz. “Para o cenário normal de Campo Grande, o que mantemos aqui é suficiente para que a Defesa vá até o local e faça a intermediação necessária. O que aconteceu naquele sábado foi excepcional”, acrescenta Noleto.
Coronel Ortiz também é chefe da Defesa Civil do Estado e afirma que o Cenad (Centro de Gerenciamento de Desastres), em Brasília, emitiu alerta de temporal para Campo Grande, que foi repassado para a coordenadoria do órgão no município com 48 horas de antecedência. “Monitoramos as áreas de risco, sinalizamos antecipadamente, quando temos equipe, mas mesmo com o alerta não era esperado um temporal tão forte”, conclui Noleto.