"Gangue das Morenas" fez, no mínimo, sete vítimas em Campo Grande
Após a prisão de duas integrantes da "Gangue das Morenas", quadrilha de São Paulo que atua em golpes a caixas eletrônicos de agências do Banco do Brasil, policiais do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) identificaram sete vítimas de Campo Grande.
Segundo o delegado Márcio Obara, elas agiam principalmente nos finais de semana em diversas capitais do País e já haviam passado três vezes pela cidade. Após seis meses de investigação, as paulistas Thais Cordeiro Camacho, 19 anos, e Alilhandra Balbino, 25 anos, foram presas em flagrante na tarde de sábado (14), e apresentadas à imprensa nesta segunda-feira (16).
Há 15 dias, um dos últimos golpes delas em Campo Grande, a vítima perdeu R$ 140 mil. Elas compraram as passagens de volta a São Paulo, de onde fizeram os saques para retirar o dinheiro da conta. Na semana passada, as duas aplicaram o golpe em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Neste final de semana, elas estavam hospedadas em um hotel em Campo Grande, onde foram encontrados outros cartões do Banco do Brasil, cinco dispositivos artesanais de retenção de cartão, anotações de endereços de agências do BB e os folders do banco com os adesivos falsos.
Sem passagens pela polícia, Thaís e Alilhandra foram presas em flagrante por tentativa de furto e formação de quadrilha. Segundo o delegado Obara, foi decretada a prisão preventiva delas por furto qualificado e elas responderão o processo em Campo Grande. O comparsa que atendia as ligações ainda não foi identificado.
Como elas agiam-O delegado conta que elas se disfarçavam como clientes. “Primeiro colavam os dispositivos nas bocas dos caixas eletrônicos e esperavam algum cliente inserir o cartão, que ficava preso por causa do dispositivo”, explica o delegado.
Diante da dificuldade da pessoa em retirar o cartão do caixa, as duas se aproximavam, em um gesto solícito, dizendo que o fato também já havia ocorrido com uma delas. Na sequência, elas mostravam um folheto do banco e sugeriam à vítima que ligasse no número para cancelar o cartão.
Porém, no verso do folheto, onde consta o número do SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente), há um adesivo colado por elas com os números de telefones falsos. Com a vítima convencida em ligar para o “atendimento do banco”, a primeira tentativa de ligação não é realizada com sucesso, propositalmente.
Aproveitando o nervosismo da pessoa, as golpistas faziam a discagem pelo próprio celular, que era identificado pelo comparsa que atenderia a ligação, e elas, então, passavam o telefone para a vítima. Do outro lado da linha, o suposto atendente pedia para o cliente informar os dados pessoais e dizia que em segundos retornaria o contato para o cancelamento do cartão.
Como prometido, a ligação era retornada e, desta vez, o “atendente” pedia para que a vítima informasse a senha do cartão para que fosse possível finalizar o cancelamento dele.