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Capital

Há 3 anos projeto de revitalização da Casa da Mulher não sai do papel

Primeiro equipamento público voltado para vítimas de violência do país nunca recebeu melhorias

Por Gabriela Couto | 16/02/2025 16:00
Há 3 anos projeto de revitalização da Casa da Mulher não sai do papel
Imagens de infiltração no teto do prédio que fazem parte do processo de licitação (Foto: Divulgação PMCG)

A Casa da Mulher Brasileira, localizada no Jardim Imá, em Campo Grande, enfrenta uma situação de abandono e infraestrutura precária. Inaugurada em 2015 como a primeira unidade do Brasil, o espaço, que há uma década oferece atendimento às mulheres vítimas de violência, está em estado crítico, com pisos quebrados, forro furado e diversos outros problemas estruturais.

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A Casa da Mulher Brasileira em Campo Grande, inaugurada em 2015, enfrenta abandono e infraestrutura precária. Prometida para reforma desde 2022, a obra de R$ 247,6 mil não avançou devido ao cancelamento da licitação em junho de 2024. Problemas estruturais, como pisos quebrados e forro danificado, agravam a situação. A unidade, crucial no apoio a mulheres vítimas de violência, já realizou 1,6 milhão de atendimentos. A Prefeitura aguarda ajustes no projeto para nova licitação, enquanto a falta de ar-condicionado e riscos elétricos comprometem o atendimento. O orçamento de 2024 prevê R$ 9,2 milhões, mas a reforma é urgente.

Com a promessa de reforma desde 2022, a obra orçada em R$ 247,6 mil ainda não saiu do papel. Apesar dos planos de revitalização do local, a licitação para a contratação da empresa responsável foi cancelada em 5 de junho de 2024, sem previsão de nova abertura do processo.

Há 3 anos projeto de revitalização da Casa da Mulher não sai do papel
Garrafa pet com água ofertada na recepção da Casa da Mulher Brasileira (Foto: Gabriela Couto)

O projeto original da reforma previa a troca dos revestimentos cerâmicos do piso, que já apresentavam rachaduras, e a substituição do forro de fibra mineral, que possui buracos e partes improvisadas.

Além disso, as placas de gesso do forro e as ombreiras de portas em estado precário também estavam previstas para substituição. A pintura do prédio e a instalação de janelas metálicas com vidros seriam parte do processo de revitalização.

No entanto, após visitas técnicas ao local, foi identificado que a magnitude dos problemas estruturais exige uma atualização do projeto, o que resultou em ajustes no orçamento da obra. A Prefeitura de Campo Grande aguarda a correção desses detalhes para lançar uma nova licitação.

Enquanto isso, as condições da Casa pioram. Neste último domingo (16), a temperatura na região chegou a 37ºC, e o prédio não tinha ar-condicionado funcionando, deixando os servidores e usuários em um calor insuportável.

Para tentar minimizar a situação, as portas foram mantidas abertas. O fornecimento de água era feito em garrafas pet de refrigerante e as tomadas de energia estavam expostas, oferecendo risco à segurança de todos.

Há 3 anos projeto de revitalização da Casa da Mulher não sai do papel
Com calor intenso, servidores decidiram abrir as duas portas para ventilar local sem ar-condicionado (Foto: Gabriela Couto)

A Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande, que completou 10 anos de funcionamento no dia 3 de fevereiro, é um dos maiores centros de apoio às mulheres em situação de violência doméstica e familiar no país.

Desde a sua inauguração, a unidade já realizou mais de 1,6 milhão de atendimentos psicossociais e registrou mais de 80 mil boletins de ocorrência. Além disso, foram concedidas 63 mil medidas protetivas, destacando a relevância da Casa no enfrentamento à violência contra a mulher.

A reportagem entrou em contato com a prefeitura para questionar a situação. No orçamento deste ano, a Casa da Mulher Brasileira está inclusa nos R$ 9.226.000 destinados às ações de políticas públicas a mulher brasileira e R$ 95 mil da operacionalização do Fundo Mulher.

Em nota, a Prefeitura de Campo Grande reiterou "seu compromisso com a manutenção e o bom funcionamento da Casa da Mulher Brasileira, espaço essencial para o acolhimento e atendimento às mulheres que necessitam de suporte".

Em relação às questões levantadas, a prefeitura informa que os trâmites para a reforma da unidade foram retomados já nos primeiros dias deste ano e a obra é uma das prioridades da administração municipal para 2025.

O sistema de climatização da recepção da CMB tem apresentado problemas técnicos recorrentes, motivo pelo qual, nos últimos 45 dias, foram realizadas duas intervenções de manutenção. Diante da persistência das falhas, uma nova empresa especializada foi acionada e está agendada para fazer o reparo nesta semana, de acordo com a prefeitura.

Para finalizar, a nota detalha as estruturas e futuras manutenções. "A unidade dispõe atualmente de pelo menos seis bebedouros distribuídos pela unidade e em pleno funcionamento. Além disso, nesta semana será instalado um novo aparelho na recepção, após ajustes na estrutura hidráulica, visto que o projeto original não previa essa adequação. Destacamos ainda que a CMB oferece água e café com reposição contínua na recepção, para maior conforto dos usuários. A Prefeitura permanece atenta às demandas da Casa da Mulher Brasileira, realizando as intervenções necessárias com prioridade e celeridade, sempre com o objetivo de assegurar um atendimento digno, eficiente e acolhedor às mulheres que buscam apoio na unidade".

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