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Capital

Hackers invadiram pelo menos 10 contas e um deles comprou carro de R$ 100 mil

Golpistas mesclavam selfies com fotos dos clientes para burlar o reconhecimento facial do aplicativo

Silvia Frias | 15/12/2022 11:07
Golpistas usavam fotos deles e mesclavam às fotografias dos clientes do banco. (Foto/Divulgação)
Golpistas usavam fotos deles e mesclavam às fotografias dos clientes do banco. (Foto/Divulgação)

Os dois golpistas que invadiram contas do C6Bank usavam selfies e fotos dos clientes para burlar o sistema e sacar o dinheiro das vítimas. Eles foram presos em operação do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo), com apoio do setor de investigação bancária. Um deles chegou a comprar veículo a R$ 100 mil com o dinheiro dos golpes.

As prisões em flagrante aconteceram na terça-feira (13). O comerciante de 35 anos foi detido em casa no Bairro Santo Antônio e o comparsa, de 28 anos, no Parque Dallas. Hoje, vão passar por audiência de custódia.

Os golpes foram descobertos em julho de 2022, pelo setor de investigação de fraudes, do escritório em São Paulo, na sede do banco, área responsável por identificar e reportar às autoridades policiais sobre fraudes e crimes relacionados. A informação é que os golpistas usavam dados e vídeos do modelo Deep Fake: os golpistas usavam fotos das vítimas, faziam edição e até mesclavam com as próprias fotos, para burlar o sistema de reconhecimento facial do aplicativo bancário.

Computadores utilizados pelos golpistas e apreendidos pela polícia. (Foto/Divulgação: Garras)
Computadores utilizados pelos golpistas e apreendidos pela polícia. (Foto/Divulgação: Garras)

A partir de julho, os levantamentos foram iniciados, sendo constatados que os autores estavam em outros estados e grande parte das tentativas de furtos consumados aconteciam em Campo Grande. Até a data atual, segundo o funcionário, os golpistas conseguiram invadir pelo menos dez contas correntes de vítimas do C6Bank.

O setor entrou em contato com o Garras, enviando os relatórios da investigação. No dia 13, dia em que foram presos, os dois tinham furtado R$ 1 mil de correntistas. Outro exemplo foram fraudes descobertas no dia 29 de julho, em que o prejuízo foi de R$ 210,716 mil.

A equipe do Garras entrou na investigação e, com os dados recebidos pelo banco, chegou até a casa de um dos suspeitos, o comerciante de 35 anos. Ele foi preso na manhã do dia 13, em casa, no Bairro Santo Antônio.

Na casa dele, os policiais apreenderam computador, televisão e um videogame, produtos comprados com o dinheiro dos furtos, conforme teria declarado o homem no momento da prisão. A equipe também apreendeu uma CNH falsa, usada nos golpes.

Na sequência, os policias foram até a casa do comparsa dele, um homem de 29 anos, descrito no boletim de ocorrência como do lar. Ele foi preso quando saía de casa e também teria confessado participação nos golpes. Com ele, foram apreendidos computador tipo desktop, além de aparelhos telefônicos e um veículo tipo Land Rover, no valor de R$ 100 mil, tudo adquirido com dinheiro dos golpes.

Já na delegacia, os homens preferiram se manter em silêncio, alegando que somente vão se manifestar em juízo. O comerciante apenas confirmou os dados pessoais, acrescentando ser solteiro, pai de quatro filhos e responsável por eles. O outro rapaz disse que é casado, tem dois filhos e a mulher está grávida.

A defesa do comerciante entrou com pedido de liberdade provisória, alegando que a prisão foi ilegal, já que a equipe do Garras entrou na casa do suspeito sem mandado de busca e apreensão.

Devolução – O funcionário do C6Bank prestou depoimento em Campo Grande, pois havia acabado de chegar para acompanhar a investigação e soube das prisões. À polícia, disse que o banco iria ressarcir os clientes lesados e ainda faria uma auditoria completa.

A reportagem entrou em contato com a assessoria do C6Bank e a informação é que o banco "sempre colabora com as autoridades competentes para averiguação de fraudes e responsabilização dos envolvidos".

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