Homem espera por cirurgia cardíaca há um mês no hospital
Paciente diz que não aguenta mais situação e questiona demora do procedimento
João Pinho de Oliveira, de 58 anos, espera há mais de um mês por uma cirurgia de instalação da ponte aorto-coronária, popularmente conhecida como ponte de safena. O homem revelou ao Campo Grande News que aguarda pelo procedimento no HU (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian), mas que a data sempre é adiada por algum motivo.
“Era pra ser na última sexta (9), mas até agora nada. A gente se sente péssimo aqui. Peguei até uma bactéria no pé. Quando entrei não tinha e no dia seguinte já amanheci assim, agora está melhorando porque conseguiram combater a infecção, disse.
João revelou que há quatro anos sofreu um infarto e há exatos quatro meses, colocou duas molas no coração. De acordo com ele, ainda existe perigo de um novo infarto, por isso a necessidade de intervenção médica. “Fizeram mais um cateterismo e preciso fazer a cirurgia. Estou aguardando, mas nunca chega”, comentou.
Em um vídeo enviado à reportagem, João Pinho de Oliveira relata o que a Instituição hospitalar alega para o adiamento da cirurgia.
“As cirurgias acontecem terça e sexta, mas se tiver jogo do Brasil é adiado. Aí a gente fica em jejum, dieta zero e eles não fazem, chega no dia falam que não vão fazer porque ou só tem um médico, ou falta material. Estou há um mês e não sei mais o que fazer, porque é difícil, e se tiver uma pessoa em estado grave, morre por causa disso? Será que demora tanto assim para conseguir os materiais?", questionou.
O Campo Grande News entrou em contato com o HU para esclarecimento dos fatos narrados. Segundo o hospital, o problema é causado pela fila de espera de pacientes que precisam de cirurgias cardíacas e dos poucos leitos da Unidade Coronariana disponíveis. Confira a nota de resposta na íntegra.
“Segundo a equipe médica, a cirurgia do Sr. João Pinho de Oliveira está prevista para o dia 20/12/2022, se não houver nenhum imprevisto. Existe uma fila de espera grande para cirurgia cardíaca de pacientes que entram pela urgência e que depois que são estabilizados pela equipe médica, precisam aguardar a cirurgia conforme a gravidade da doença. Além disso, temos poucos leitos de Unidade Coronariana disponíveis para a realização do acompanhamento pós-operatório, o que leva a uma espera maior pela cirurgia”, finalizou.