Internação do Maníaco da Cruz na Santa Casa já custou R$ 184 mil
Os 41 dias que Dionathan Celestrino, de 21 anos, conhecido como Maníaco da Cruz, está internado na Santa Casa de Campo Grande já tem um custo estimado de R$ 184.500,00 para o hospital.
Nesta quarta-feira (12), durante coletiva, o diretor técnico, médico Luiz Alberto Kanamura, e o presidente da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande) mantenedora da Santa Casa, Wilson Teslenco, destacaram que não tem mais condições do Maníaco ficar internado na unidade hospitalar.
Segundo Kanamura, o custo diário de um paciente internado em um leito da enfermaria é de R$ 1,5 mil, Dionathan ocupa três. “Nesse momento (os leitos) não estão fazendo falta, mas já teve ocasião do hospital ter 102% dos leitos ocupados, ou seja, são 2% de paciente que ficaram fora de leito hospitalar adequado”, explicou ressaltando o ônus para a Santa Casa que é permanência do maníaco no local.
Para o diretor, esse prejuízo também é dividido com a sociedade que perde três leitos em um hospital, além do custo da escolta policial, necessária para a vigilância do rapaz. Ele enfatiza que o Maníaco já recebeu alta, mas permanece na Santa Casa pela falta de um local adequado para sua internação.
Dionathan está isolado no setor destinado a pacientes da urologia, clínica médica e cirurgia vascular. Ele está sendo medicado para o controle do humor. “Ele recebe medicação, antidepressivos, ansiolíticos”, explica o médico enfatizando que ele pode tomar esse medicamento em qualquer outro lugar.
O presidente da ABCG ressaltou que a situação do Maníaco no hospital não é adequada e que o juiz de Ponta Porã, que determinou a internação, e a Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) já foram comunicados sobre isso. “A secretaria está tentando buscar uma solução, enquanto isso ele continua na enfermaria ocupando três leitos, causando transtorno e custo”, dispara Telesco.
O jovem recebeu alta médica da Santa Casa no dia 23 de maio. O parecer com a liberação dele foi dada pelo psiquiatra Luiz Salvador Miranda de Sá Júnior. Na ocasião, o especialista disse acreditar que Dionathan não esteja apto a voltar ao convívio social e que o hospital não tem condições de atender ao que ele precisa, além de estar ocupando o leito de algum doente que precisa mais que ele.
Impasse – O governo buscar um local para internar Dionathan Celestrino desde quando ele cumpriu os três anos de medida socioeducativa pela morte de três pessoas em Rio Brilhante em 2008. Na época em que cometeu os crimes ele tinha 17 anos e foi encaminhado para a Unei (Unidade Educacional de Internação) de Ponta Porã.
Em março deste ano, ele fugiu da unidade, mas dias depois acabou capturado em Horqueta, no Paraguai. Foi deportado para o Brasil e levado para o 2ª DP (Delegacia de Polícia Civil) de Ponta Porã, de onde foi transferido para a Capital. Ficou provisoriamente na 7ª Delegacia. No dia 3 de maio foi levado para o hospital, onde ainda permanece.