Investigação sobre jogo do bicho terá de esperar chefe da polícia voltar dos EUA
Garras encontrou "depósito" de máquinas da loteria ilegal numa casa do Bairro Monte Castelo
A investigação para chegar ao dono das 700 máquinas do jogo do bicho encontradas em uma casa do Bairro Monte Castelo, em Campo Grande, na segunda-feira (16), terá de esperar a volta do delegado-geral da Polícia Civil, Roberto Gurgel, dos Estados Unidos. A apreensão foi feita pelo Garras (Delegacia de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros), mas não se sabe ainda qual especializada da Capital tocará o inquérito.
Há a possibilidade das apurações ficarem sob a responsabilidade do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), comandado pela delegada Ana Cláudia Medina. A informação na unidade, contudo, é que nada ainda chegou por lá.
“O delegado-geral está em viagem oficial para o exterior e somente segunda-feira isso deve ser deliberado por ele”, explicou Fábio Peró, chefe do Garras.
Gurgel também confirmou que ainda não decidiu nas mãos de qual delegado deixará a missão de descobrir quem está lucrando com a loteria ilegal em Campo Grande. “Estou fora do país com a Secretaria Nacional de Segurança Pública, mas acompanhando a situação. Assim que chegar, vamos analisar de maneira técnica e jurídica, como sempre fizemos, qual a unidade com atribuição para a investigação”, explicou.
O delegado-geral está em San Diego, na Califórnia, onde participou da Conferência e Exposição Anual da Associação Internacional de Chefes de Polícia. O evento reuniu 16 mil participantes do mundo todo, “para aprender novas técnicas, aprimorar seus conhecimentos e carreiras e equipar seu departamento para sucesso contínuo”, conforme o chefe da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.
O flagra – Na tarde desta segunda-feira, policiais do Garras investigavam detalhes de outro crime quando a especializada recebeu denúncia de roubo cuja placa do carro usado pelos supostos criminosos foi anotada. Ao receber o alerta, a equipe que estava no Monte Castelo visualizou o veículo do assalto em frente a uma casa na Rua Gramado e passou a monitorar o local.
Foi quando um motociclista deixou a residência e os investigadores em viatura descaracterizada decidiram segui-lo. Sem conseguir abordar o homem de moto, a equipe voltou para o endereço onde o carro de assaltantes havia sido deixado.
O veículo já não estava mais no local, mas com a chegada de reforços, os policiais tocaram a campainha da casa. Um homem atendeu, disse que estava ali para “jogar baralho” e quando os investigadores entraram, havia outras pessoas no local, além das máquinas utilizadas para a coleta de apostas da loteria ilegal.
Na “turma do baralho”, estavam dois policiais militares aposentados, o major Gilberto Luiz dos Santos, que também é funcionário da Assembleia Legislativa, e o sargento Manoel José Ribeiro. “Major G. Santos”, como é conhecido o oficial da PM, está lotado no gabinete do deputado estadual Roberto Razuk Filho, mais conhecido como Neno Razuk, desde 2019.
Além dos PMs, outras sete pessoas foram conduzidas para a sede do Garras, onde deram depoimento e foram liberados. Todos negam ligação com o jogo de azar, mas o Campo Grande News apurou que uma das linhas de investigação da Polícia Civil é que o major e o sargento tenham ligação com um dos grupos que opera a loteria clandestina no sul do Estado.
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