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Capital

Jovem achada em matagal foi julgada e morta pelo “tribunal do crime”

Jéssica Moreira e Lislie Silva Vargas, ambas com 27 anos, foram presas e confessaram o crime. Dois suspeitos de participação estão foragidos

Viviane Oliveira e Bruna Pasche | 01/10/2018 07:56
Corpo foi encontrado a 150 metros da entrada do terreno baldio no Bairro Zé Pereira (Foto: Liniker Ribeiro)
Corpo foi encontrado a 150 metros da entrada do terreno baldio no Bairro Zé Pereira (Foto: Liniker Ribeiro)

Após permanecer em cativeiro por cinco dias, Sorraira Cabritta Campos, 24 anos, foi julgada e condenada à morte pelo “tribunal do crime” do PCC (Primeiro Comando da Capital). A vítima era suspeita de integrar o CV (Comando Vermelho) - facção rival. O corpo dela foi encontrado com vários golpes de faca, na manhã de ontem (30), em uma área de mata, no Bairro Zé Pereira, em Campo Grande. Jéssica Moreira e Lislie Silva Vargas, as duas de 27 anos, foram presas e confessaram o crime. Mais dois suspeitos de participação estão foragidos. 

Conforme boletim de ocorrência, por volta do meio-dia e meia, a polícia recebeu informação de que Luquen Luis Martines dos Santos, 25 anos, tinha envolvimento na morte da vítima. Ele foi visto dirigindo um Chevette Dourado com três mulheres no dia anterior ao crime e havia se escondido na Rua Atenas, no Jardim Inápolis.

Os militares foram até o local indicado. Ao perceber a movimentação da PM, Luquen pulou o muro da casa e fugiu. Os policiais foram recebidos por Lislie que autorizou a entrada da equipe na residência, onde estavam Jéssica e uma mulher identificada como Esmeralda. Foram feitas buscas no entorno, mas o rapaz não foi encontrado. Lislie e Jéssica mentiram o nome, mas depois falaram a verdade. As duas tinham mandados de prisão em aberto.

Questionada sobre o crime, Lislie confessou que tinha participação no homicídio e contou que, no sábado, por volta das 21h, recebeu ligação de um presidiário, cujo nome não foi divulgado. A ordem era para ir até uma residência no Núcleo Industrial, junto com Jéssica e outro homem, identificado apenas como Juliano, para encontrar a vítima que estava mantida em cativeiro e a levar em Chevette até o local de execução.

No local, Juliano e Jéssica seguraram a vítima e Lislie a executou a golpes de faca. Depois fugiram no automóvel. Porém, durante o retorno o carro quebrou. Os três, então, acionaram um motorista de aplicativo para irem embora. Mais tarde, Lislie e Jéssica foram a um baile e conheceram Esmeralda e Luquen.

Depois da festa, as três foram dormir na casa de Luquen. Indagada se o rapaz participou do crime, Lislie respondeu "que tinha coisas que não podia contar". Jéssica confirmou o fato relatado por Lislie. Esmeralda afirmou que não tem participação no crime e veio de São Paulo há um mês para fazer programas sexuais e havia conhecido os três suspeitos naquela noite, após o crime.

Conforme o delegado José Roberto de Oliveira, Lislie tinha três mandados de prisão em aberto por tráfico de drogas. Jéssica tinha dois pelo mesmo crime. A vítima também tinha mandado de prisão em aberto por roubo. A hipótese de que Sorraira foi abusada sexualmente foi descartada pela polícia.

No local do cativeiro, na Rua Rosa Vermelha ao lado do lote 10 B Q 14, foram encontrados um short jeans com bolso rosa e um casaco azul, além de uma cópia de certidão de nascimento em nome de Tatiane Cristina Aranda Carneiro.

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