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Capital

Jovem do PCC confessa sequestro e morte de membro de facção rival

Vítima estava desaparecida desde 14 de fevereiro e foi decapitada por pertencer ao Comando Vermelho, diz autor

Ricardo Campos Jr. | 10/03/2018 10:41
John Hudson dos Santos Marques, assassinado pelo PCC em Campo Grande (Foto: reprodução / Facebook)
John Hudson dos Santos Marques, assassinado pelo PCC em Campo Grande (Foto: reprodução / Facebook)

O suspeito de comandar o sequestro e assassinato de John Hudson dos Santos Marques em Campo Grande foi preso na tarde dessa sexta-feira (9) no bairro Aero Rancho. Gabriel Rondon da Silva, 19 anos, estava com mandado de prisão em aberto, confessou o crime e deu detalhes rindo, sem demonstrar quaquer arrependimento, revela o delegado plantonista da DEPAC Piratininga, Cleverson Alves dos Santos.

O crime teria ocorrido porque a vítima pertencia ao Comando Vermelho, facção rival ao PCC, do qual o suspeito e seu grupo fazem parte.

Gabriel foi encontrado na Rua Gruta Manique em frente de uma casa que usa para se esconder. Dentro do imóvel, foi encontrada uma sacola com várias porções de maconha e cocaína, que seriam vendidas na região.

O jovem também revelou o local onde havia deixado a arma usada para matar Jhon, um revólver calibre 38, que foi apreendido. O objeto estava em uma residência que também pertencia ao suspeito no bairro Mário Covas, onde mais porções de entorpecentes foram encontradas junto com três balanças de precisão, cinco celulares e uma faca.

O rapaz confessou que trabalhava para um homem conhecido como Edinho, que também teve envolvimento no assassinato.

Gabriel contou ainda com a ajuda de Wellington Felipe dos Santos Silva, Leandro Caio dos Santos Costa e um homem identificado apenas pelo apelido de Coringa para sequestrar a vítima e levá-la ao local onde foi mantida em cárcere até ser transportada para uma área no bairro Indubrasil onde foi morta.

Também participaram do crime Maycon Ferreira dos Santos, Igor Antonio Santos Lima e Renata Palmeira dos Santos.

Jhon foi visto pela última vez à 0h30 do dia 14 de fevereiro quando saiu para fumar um cigarro em frente de casa. Desde então, amigos e familiares se mobilizaram nas redes sociais a procura de notícias sobre o paradeiro do rapaz.

Durante as buscas, uma foto que mostra o corpo de John decapitado foi enviada a família e o caso passou a ser investigado pela a DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios).

Disputa - Ao longo de 2017, seis execuções decididas no chamado ‘Tribunal do Crime’ foram registrados na Capital, casos marcados pelo tráfico de drogas e por regras impostas em um mundo paralelo de violência e morte.

A disputa entre PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho) se intensificou em 2016 e, desde então, os grupos lutam pelo controle da fronteira entre o Brasil e o Paraguai, local fundamental para o crime organizado.

Foi justamente a guerra entre elas que resultou na morte das seis vítimas: Rudnei da Silva Rocha, o “Babidi”, Leoni de Moura Custódio, José Carlos Louveira Figueiredo, Richard Alexandre Lianho, Fernando Nascimento dos Santos e Mauro Éder Araújo, o “Fininho”. As investigações dos crimes já resultaram na prisão de 26 pessoas.

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