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Capital

Julgado por matar mulher com 16 facadas alega ódio e vingança pela morte do pai

Apontada como “facilitadora”, Aline era suspeita de ajudar o marido a espancar o pai do réu até a morte

Por Viviane Oliveira e Bruna Marques | 16/11/2023 10:49
Juarez sentado no banco dos réus durante julgamento na 1ª Vara do Tribunal do Júri (Foto: Paulo Francis)
Juarez sentado no banco dos réus durante julgamento na 1ª Vara do Tribunal do Júri (Foto: Paulo Francis)

Durante o julgamento, na 1ª Vara do Tribunal do Júri, nesta quinta-feira (16), o motorista Juarez Gomes Ricaldes, de 43 anos, acusado de matar a diarista Aline Lima Machado, de 26 anos, com 16 facadas por vingança, disse que estava transtornado no dia crime. O caso aconteceu por volta das 10h, no dia 13 de novembro de 2018, na Rua Jacobina, no Bairro Jardim Inápolis, em Campo Grande.

Apontada como “facilitadora”, Aline era suspeita de participação no assassinato de Gabriel Ricaldes, de 74 anos, pai de Juarez. Dois meses antes de Aline ser assassinada, Gabriel foi encontrado morto com as mãos amarradas e sinais de espancamento, na tarde do dia 30 de setembro, na casa onde morava, no mesmo bairro em que Aline foi morta.

Ao juiz Carlos Alberto Garcete, Juarez disse que o comentário no bairro era de que Aline estava envolvida na morte do pai dele. Segundo o motorista, até a tia da vítima falava que ela tinha envolvimento no crime. Na época, Juarez trabalhava como motorista de ônibus e após a morte do pai passou a ter crises de choro e a tomar remédio controlado. Foi então que resolveu se mudar do bairro.

No dia do crime, ele havia voltado ao bairro, com a esposa e as duas filhas, para buscar o restante da mudança e a transferência de escola das meninas. A família foi até a casa onde vivia e lá tinha uma faca que foi usada para cortar barbantes e amarrar sacolas de roupas. Na volta, armado com a faca, Juarez avistou Aline andando com a filha na calçada, quando resolveu parar o carro e tirar satisfação.

Local onde a vítima foi morta em 2018 (Foto: arquivo / Simão Nogueira)
Local onde a vítima foi morta em 2018 (Foto: arquivo / Simão Nogueira)

“Eu estava transtornado, nervoso demais. Desci e fui tirar satisfação com ela. Perguntei por que tinha matado meu pai. Na hora, ela me fez um xingamento. Não entendi o que ela disse, porque estava muito nervoso e acabei desferindo os golpes”, disse.

Ao ser questionado pelo juiz, se o crime aconteceu na frente da filha da vítima, Juarez afirmou se lembrar apenas de ver a menina correndo. “Fiquei fora de mim. Dos golpes não lembro de nada, foi questão de segundos”, destacou.

Após o crime, Juarez fugiu para a casa do irmão numa fazenda e dias depois voltou para a cidade e se entregou. “Sempre fui um cara trabalhador. Nunca tive problema com nada. Jamais passou pela minha cabeça fazer isso. Fiz porque estava transtornado com a morte do pai”, lamentou.

Ao ser indagado pelo juiz se havia se arrependido, Juarez respondeu que sim e se emocionou. “Eu tinha minha profissão e as minhas duas filhas para criar. Nunca me envolvi nisso. Peço perdão por tudo que eu causei”. Juarez morava próximo à casa do pai, no Jardim Inápolis. O resultado do julgamento será divulgado à tarde.

Morto pela polícia - Aline e o ex-marido, Osnei de Carvalho Moreira, de 45 anos, “conhecido como Leitinho”, eram investigados pela morte de Gabriel Ricaldes. Osnei, que também era suspeito de matar a tiros um PM, foi morto em confronto com policiais do Batalhão de Choque dias após a morte do idoso.

Na ocasião, a Polícia Civil informou que durante o período que Osnei ficou preso, Aline teve um caso com Gabriel. Após sair da cadeia, o ex-marido foi atrás do idoso para acertar as contas e Aline teria facilitado a entrada dele na residência da vítima. Gabriel foi morto espancado e teve cartões de banco e um revólver calibre 38 roubados. Aline tinha passagens pela polícia por roubo e posse de droga.

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