Justiça concede liberdade a mulher que matou companheiro a facadas
Segundo boletim de ocorrência, Josiley Fernandes matou Carlos Oliveira após ser agredida durante discussão
A Justiça concedeu liberdade provisória à doméstica Josiley Fernandes Ribeiro, 43 anos, presa em flagrante após matar o companheiro, Carlos Henrique de Oliveira, 42 anos, a facadas. A morte aconteceu após discussão e, segundo testemunha, depois de agressão cometida pelo homem contra ela.
No auto de prisão em flagrante, consta que tanto a defesa quanto o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) manifestaram-se pela liberdade provisória de Josiley Fernandes, com base nas prerrogativas da lei, como primariedade, residência fixa e trabalho lícito, como doméstica, com registro na carteira.
No relatório psicossocial de Josiley consta que ela tem três filhos, maiores de 18 anos, “apresenta vulnerabilidade em relação a sua saúde”, com diagnóstico de depressão, em tratamento no CEM (Centro Especializado de Campo Grande). Nega uso abusivo de substâncias psicoativas.
Na decisão, o juiz da Coordenadoria de Audiência de Custódia, Luiz Felipe Medeiros Vieira, concedeu a liberdade provisória, devendo a doméstica manter endereço atualizado e comparecer em todos os atos do processo. A mulher foi indiciada por homicídio simples.
Morte – Josiley Fernandes Ribeiro foi presa em flagrante após matar o companheiro, na madrugada de domingo (26), no Jardim Morenão.
Consta que, na noite de sábado, saiu com uma amiga enquanto Carlos Oliveira estava no trabalho. Por volta das 4h de domingo, ao retornar para casa, ela encontrou o companheiro bebendo com um amigo no apartamento.
Os dois discutiram. No depoimento prestado à polícia, a amiga, de 30 anos, disse que Carlos passou a agredir Josiley, a jogou no chão e tentou sufocá-la. O amigo dele que ajudou a mulher a escapar. Ela correu para a cozinha, pegou faca. A testemunha relata que ele ainda disse, em tom de deboche: “Você vai me matar?”.
Após ser atingido a golpes de faca, ele correu para a Rua Cascais, pedindo socorro. Outra testemunha relatou que a vítima andou alguns metros pela calçada dizendo: “Tô morrendo, chama a polícia, chama o bombeiro”.
Na sequência, a vítima deitou na calçada. Josiley foi até ele e ainda desferiu outro golpe. Depois, ela se sentou no meio-fio, deixou a faca de lado e começou a falar: "Homem não bate em mim. Não vou deixar homem bater em mim, não". Na delegacia, Josiley confessou o crime.