Ladrão que chamou chaveiro para furtar apartamento é vizinho
Por cinco dias, suspeito entrou na casa da acadêmica que estava viajando e teve prejuízo de R$ 8.400
“Fica a revolta porque sai de viagem [...] Eu sai com a tranquilidade de que estava tudo certo, mas isso aconteceu. É revoltante. A pessoa ficou com acesso de terça a sábado”. O desabafo é da mulher que teve o apartamento furtado pelo ladrão que acionou um chaveiro para ter acesso ao interior da residência. O caso ocorreu na semana passada e o homem identificado nas imagens é morador do condomínio localizado no Bairro Pioneiros.
Em entrevista ao Campo Grande News, a acadêmica pede para não ser identificada, pois tem medo do que pode acontecer. Parte do receio se dá porque o suspeito não foi preso mesmo tendo sido identificado pelas câmeras de segurança. Através das imagens, a mulher descobriu que a pessoa que causou R$ 8.400 em prejuízo é seu vizinho de bloco.
A acadêmica relata que faz viagens com frequência e que nos quatro anos que reside no Residencial Castelo San Marino nunca teve nenhum problema. No dia 16, a sensação de segurança e tranquilidade por viver em um condomínio chegou ao fim.
A estudante estava com a família em casa e após finalizar as agendas médicas viajou com os pais para o interior do Estado. Ela viajou na última terça-feira e voltou somente no sábado quando viu que tinham sido levados uma televisão, duas lentes e a câmera profissional da marca Canon de dentro do apartamento.
“Eu abri a porta que não estava totalmente fechada, quando abri vi que a porta estava avariada por conta das tentativas de invasão. Acredito que ele tentou arrombar com chave de fenda, depois com a força e depois ele chamou o chaveiro”, conta.
A câmera que tinha deixado em cima da mesa e as lentes não estavam mais lá, assim como a televisão que foi retirada do painel. “Ele foi muito pontual nas coisas que queria”, relata a acadêmica. Ao ter acesso às câmeras de segurança, ela viu que durante dias o homem entrou e saiu do apartamento.
A cronologia está registrada pelas câmeras do circuito interno. Na filmagem, o suspeito entra no dia 17 com uma mochila que a acadêmica acredita que foi usada para carregar as câmeras e lentes. No dia seguinte, o homem volta a entrar e dessa vez leva o boné de marca do noivo da moradora.
Já no dia 20, no sábado de manhã, ele furta a televisão de dentro do apartamento e leva para o seu. Após 10 minutos, o suspeito aparece com um terceiro homem que depois sai com o aparelho do bloco. Camêras de segurança da área externa gravaram os dois colocando o televisor na carroceria do veículo modelo Saveiro.
Falta de segurança - Apesar de ter recebido suporte do síndico, a estudante expõe que a falha na segurança é constante no condomínio. “O controle de acesso não é efetivo. A minha sorte é que as câmeras de segurança, através das imagens, permitiram que identificasse”, comenta.
A moradora conta que há dois meses o condomínio fez o recadastramento e colocação da tag no carro dos moradores, porém a medida não é suficiente e o portão de acesso de pedestre também é falho.
Foi através desse mesmo portão que a acadêmica cruzou, sem saber até então, com o homem que tinha invadido e furtado o apartamento. “No sábado quando chego no condomínio, ele se encontra no condomínio. Eu desço para relatar, estou na portaria relatando e ele passa por trás, na saída de pedestre, então ele viu que nós tínhamos chegado no apartamento”, explica.
Segundo ela, a portaria recebeu orientação para chamar a polícia caso o morador retornasse, mas isso não foi feito quando ele apareceu no domingo no Residencial Castelo San Marino.
Após o ocorrido, a vítima precisou trocar a fechadura e no momento está fazendo orçamento para também substituir a porta que foi danificada. Somado a câmera, as duas lentes e a televisão, o prejuízo até agora é de R$ 8.400, sendo que o valor não inclui a troca da porta que ainda não foi feita. Em relação a esse prejuízo, a moradora expõe que não teve nenhum retorno.
“Entendo o número de demandas, mas a gente tem ali a imagem da pessoa. [...] A partir do momento que tenho a identificação da pessoa, do proprietário do veículo, então porque não uma agilidade?!”, indaga.
A reportagem entrou em contato com o residencial e não obteve resposta até o fechamento da matéria. O espaço segue aberto.
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