Lojas fechadas e posto de combustível cheio: a cara do "feriadão" na Capital
Com comércio fechado, maior circulação foi de carros nas ruas e nos postos de combustíveis
A segunda-feira de 22 de março, que em outros anos seria dia normal de trabalho, amanheceu com cara de feriado no comércio de Campo Grande. Com portas fechadas no centro e nos bairros, a movimentação nas primeiras horas do dia ficou por conta da circulação de carros.
Pouco depois das 6h30, havia movimentação de veículos na avenida Afonso Pena, Cônsul Assaf Trad e Duque de Caxias, algumas das principais vias de conexão entre bairros e centro da cidade. O grande fluxo pode ser percebido nos ônibus do transporte coletivo, obrigando ao Consórcio Guaicurus a reforçar as linhas para desafogar a demanda.
Hoje, o comerciante Carlos Alberto da Silva, 46 anos, dono de padaria na Mata do Jacinto, teria jornada mais dinâmica a partir das 6h, com a movimentação tradicional dos clientes que costumam tomar café da manha no local. As caderias sobre os assentos indicavam que o ritual foi quebrado.
Silva disse que teve que pedir a casal de clientes para que não se sentasse à mesa, pois o café da manhã foi suspenso. “Eles aceitaram numa boa, mas a gente sabe que é chato”, disse.
O comerciante estima que houve redução no movimento inicial de 40% e que o percentual foi mantido pelos clientes que buscaram produtos no balcão e foram embora. “Essa nova medida vai reduzir o fluxo de pessoas, porque meus clientes tem hábito de vir comer aqui”.
As primeiras medidas restritivas impostas em 2020 mudaram o sistema de trabalho do
comerciante. Foram oito funcionários demitidos, redução de produção para evitar a sobra de itens à venda e corte de gastos. Depois de retomada de trabalhos, recontratou três dos demitidos e manteve as reduções. “Tá todo mundo no limite por conta da pandemia”.
O gerente de posto de combustíveis, Alexandre Souza, 33 anos, disse que somente terá noção exata da redução do movimento no fim do dia, mas notou que as primeiras horas indicavam redução de 20% no local. Ele acredita que muita gente deve passar pelo posto para abastecer e seguir viagem.
De hoje até domingo, medidas mais restritivas foram adotadas pela prefeitura de Campo Grande, proibindo atividades que não estejam na lista de serviços essenciais, publicada em decreto na última semana.