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Capital

Mecânico é preso com pistola e diz que arma foi usada em atentado a vendedor

Homem de 33 anos afirmou que amigo deixou objeto com ele após comprar do atirador por R$ 6 mil

Por Ana Paula Chuva | 16/08/2024 15:13
Borracharia onde vendedor ambulante estava quando foi baleado (Foto: Dayene Paz)
Borracharia onde vendedor ambulante estava quando foi baleado (Foto: Dayene Paz)

Mecânico de 33 anos foi preso na tarde de quinta-feira (15) por posse ilegal de arma de fogo pelo BPChoque (Batalhão de Choque) da Polícia Militar em uma oficina no Jardim São Conrado, em Campo Grande. Em depoimento, ele afirmou que a pistola 380 havia sido usada na tentativa de homicídio contra o vendedor ambulante Alisson Andrade da Silva no dia anterior.

De acordo com o boletim de ocorrência, equipe do Choque recebeu denúncia anônima de que o mecânico estava guardando a pistola usada na tentativa de homicídio. Os policiais foram até a oficina e o mecânico contou que um amigo havia passado no local  e pediu para que ele guardasse a arma para ser vendida depois.

A pistola foi encontrada em um balde de plástico e estava acompanhada de dois carregadores e nove munições do mesmo calibre. O mecânico então recebeu voz de prisão e foi levado para a DHPP (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio e Proteção à Pessoa), junto com o material apreendido.

No local, o homem prestou depoimento e contou que na parte da manhã um amigo passou na oficina e pediu para que ele guardasse a pistola. Segundo o relato do mecânico, ele conhece o rapaz há muito tempo e ele lhe disse que havia comprado a arma de uma outra pessoa que tinha atirado em alguém e ia embora da cidade.

“Ontem ele me mandou a reportagem e hoje cedo passou lá para deixar a arma. De primeiro ele falou que comprou bem mais barato e falou para a gente tentar vender e pegar um dinheiro. Me pediu para guardar e depois buscava. Coloquei no balde e continuei trabalhando, ai a polícia chegou lá agorinha”, disse o homem.

Questionado sobre a tentativa de homicídio que a arma teria sido usada, o mecânico afirmou que o amigo comentou que foi no atentado de quarta-feira (14) que aconteceu contra um vendedor na Vila Piratininga, mas não sabia qual a ligação que o rapaz teria com o atirador.

“Ele falou que o rapaz queria dar a moto para ele também, mas ele não quis. Aí parece que ele ia deixar em algum ponto da cidade. Ele disse que o dono da arma ia embora da cidade e por isso quis vender. Pelo que ele me disse”, alegou o mecânico.

Sobre a relação com o rapaz que entregou a pistola, o mecânico afirmou que o conhece há mais ou menos 15 anos, no entanto, não soube dizer qual o trabalho do amigo e que a arma foi comprada por R$ 6 mil. “Eu sei que ele não trabalha registrado. Pelo que ele falou eu acredito que essa pessoa veio para cá só fazer o serviço e foi embora, mas ele não disse de onde conhece esse cara”, explicou em depoimento.

Ao Campo Grande News, o delegado titular da DHPP Carlos Delano disse que as investigações estão bem avançadas e há um homem preso por posse ilegal de arma de fogo, no entanto, ainda não é possível afirmar que a pistola seja a mesma usada no atentado, já que ela ainda será periciada.  O mecânico já tem passagem pelo mesmo crime.

Alisson quando foi preso em 2019 na Paraíba junto com dois comparsas (Foto: Divulgação | PCPB)
Alisson quando foi preso em 2019 na Paraíba junto com dois comparsas (Foto: Divulgação | PCPB)

Atentado – Alisson estava em uma borracharia na Rua Manoel Vieira de Souza, Bairro Piratininga, por volta das 10h30 de hoje aguardando o conserto de um veículo Golf. Em certo momento ele se abaixou e ao levantar foi atingido pelo disparo. De acordo com vizinhos do local, o autor estava em uma motocicleta e parou na esquina da rua.

Com o capacete na cabeça e ele foi a pé até a borracharia e após dar o tiro no vendedor, saiu correndo e fugiu com o veículo. Não há informações se ele estava com outra pessoa. Uma das vizinhas, que prefere não se identificar, chegou a ver o momento em que a vítima estava caída na calçada.

A empresária contou à reportagem que se desesperou ao ver o vendedor sangrando e chamou uma funcionária para ajudá-lo enquanto ela chamava o socorro. A vítima foi socorrida em estado grave por equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e levada para a Santa Casa. Equipes das policias Civil e Militar e da Perícia estiveram no local. O caso é investigado pela DHPP.

Morte PM - O vendedor é acusado de participar da execução de um ex-PM (policial Militar)na cidade de Pombal, sertão da Paraíba. O crime aconteceu no dia 1º de Julho de 2019 na BR-267, perto do matadouro público do município. Na ocasião, Geraldo Bandeira Cesar, o "Cabo Bandeira", foi atingido por aproximadamente 13 tiros nas costas.

Segundo apurou a reportagem, o vendedor cumpria medidas cautelares em Campo Grande e precisava se apresentar a cada dois meses em juízo para comprovar endereço e emprego. Ele mora perto da borracharia onde foi baleado e a última vez que esteve no fórum foi dia 8 de agosto deste ano.

Corpo do policial ao lado da motocicleta no dia em que foi executado (Foto: Portal 40 Graus)
Corpo do policial ao lado da motocicleta no dia em que foi executado (Foto: Portal 40 Graus)

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