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Capital

Médicos do Hospital de Câncer entram em greve

Hospital alega déficit de R$ 770 mil por mês e espera resposta de Governo de MS e Prefeitura da Capital

Caroline Maldonado | 22/02/2023 11:37
HCAA (Hospital de Câncer de Campo Grande Alfredo Abrão) na Rua Marechal Cândido Mariano Rondon (Foto: Divulgação)
HCAA (Hospital de Câncer de Campo Grande Alfredo Abrão) na Rua Marechal Cândido Mariano Rondon (Foto: Divulgação)

Sem condições de trabalhar, os médicos do HCAA (Hospital de Câncer de Campo Grande Alfredo Abrão) entraram em greve nesta quarta-feira (22). Eles cobram a regularização dos pagamentos e dos vínculos/contratos dos integrantes do corpo clínico e regularização dos serviços de patologia e exames de imagens (ressonância magnética e cintilografia óssea), essenciais aos diagnósticos e segmentos de tratamentos.

O hospital espera resposta de negociações com a Prefeitura de Campo Grande e o Governo de Mato Grosso do Sul para regularizar a situação causada em decorrência de déficit de R$ 770 mil por mês.

A partir de hoje, serão realizados somente os atendimentos de urgência e emergência realizados no PAM (Pronto Atendimento do HCAA), que funciona 24 horas. Os médicos mantêm também o trabalho de cirurgias de urgências e emergências, atendimentos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) e os tratamentos nos setores de quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia já em andamento.

Em nota, a direção do HCAA informou que os profissionais haviam anunciado a greve no dia 18 de janeiro deste ano, que foi adiada, mas o prazo findou e as reivindicações ainda não foram totalmente sanadas devido ao enorme déficit financeiro geral acumulado do hospital.

“Estas e outras questões pendentes para que os atendimentos do HCAA mantenham a regularidade dependem de verba emergencial e também o ajuste na contratualização na ordem de R$ 770.000,00/mês cujo estudo de revisão foi apresentado para às autoridades públicas da saúde tanto da Prefeitura como do Governo do Estado em janeiro e até o momento não foi atualizado. Os médicos anunciaram que só normalizarão os atendimentos quando houver resolutividade para esta questão e os recursos forem efetivamente liberados”, explica o hospital, em nota.

Conforme o hospital, o ápice do problema se deu em dezembro com pagamento do 13º salário dos funcionários do hospital. São 422 colaboradores e 75 médicos.

“Conforme é de ciência pública, o HCAA é uma instituição filantrópica atendendo 99% dos pacientes oriundos do SUS (Sistema Único de Saúde) com os tratamentos totalmente gratuitos aos usuários. Realiza 70% dos atendimentos oncológicos públicos de todo o Estado do Mato Grosso do Sul. Em 2022 foram realizados mais de 180 mil procedimentos (cirurgias, quimioterapias, radioterapias, consultas dentre outros atendimentos)”, destaca o hospital.

A greve pegou de surpresa quem chegou ao hospital para consulta hoje. A do lar Luciene Benites Moreira, de 52 anos, levou a vizinha ao local, que voltou para casa sem previsão de ser atendida.

“Ela faz tratamento no seio e está com muita dor. Muita gente vem de fora da cidade e todos estão sendo orientados a voltar para casa. Não remarcaram ou disseram quando vão atender”, contou.

A reportagem aguarda resposta da SES (Secretaria de Estado de Saúde) e da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande) com posicionamentos sobre o assunto.

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