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Capital

Mercadão ganha festa pelos 65 anos de criação, com bolo e parabéns

Dia reforçou relação histórica e afetiva do lugar com Campo Grande

Por Cassia Modena | 30/09/2023 11:08
Cantaram parabéns para o mercadão membros da administração, comerciantes, público, prefeita e outras personalidades da política (Foto: Cassia Modena)
Cantaram parabéns para o mercadão membros da administração, comerciantes, público, prefeita e outras personalidades da política (Foto: Cassia Modena)

É chegar no Mercado Municipal de Campo Grande e a atmosfera muda. Cores, cheiros, coisas e pessoas diferentes se misturam no espaço que é um dos mais tradicionais da cidade. Exatamente neste sábado (30), ele completa 65 anos desde a abertura.

Uma mesa com bolo temático imitando a estrutura do prédio, foi colocada no corredor principal. Os membros da administração, comerciantes e frequentadores, além da prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, ficaram em volta e cantaram parabéns.

"Não tinha como passar em branco. O mercadão faz parte da história de Campo Grande", disse o presidente, Cleuber Linares. Os aniversários são comemorados a cada cinco anos.

O bolo que imita o prédio (Foto: Cassia Modena)
O bolo que imita o prédio (Foto: Cassia Modena)

A prefeita lembrou que vinha com o pai, que perdeu no mês passado, comer pastel aos sábados de manhã, e que as memórias afetivas daquela época foram acionadas hoje.

Antes uma feira montada acima do chão batido e sem cobertura, o Mercadão ganhou um espaço fechado. Ele foi recebendo melhorias financiadas pelo poder público e entidades privadas ao longos dos anos. Agora, a prefeitura e o governo estadual estudam lançar um novo projeto para fazer mais mudanças, ainda sem pontos específicos e sem orçamento definido, segundo foi dito no aniversário.

Atualmente, há 77 boxes e 147 bancas, de acordo com a administração. Mais de 1 mil itens, que vêm de várias cidades de Mato Grosso do Sul e de outros estados, estão à venda.

Primeiro lugar - Em 1964, José Martins de Almeida desceu de um ônibus e pisou em Campo Grande pela primeira vez. A fazenda onde ele trabalhava com café em Valparaíso (SP), parou de cultivar o produto. Ele seguiria viagem da Capital do então Estado Mato Grosso Uno até Dourados para trabalhar em outra lavoura.

Ao chegar de São Paulo, José desceu do ônibus direto para o mercadão de Campo Grande (Foto: Cassia Modena)
Ao chegar de São Paulo, José desceu do ônibus direto para o mercadão de Campo Grande (Foto: Cassia Modena)

O mercadão foi o primeiro lugar que ele conheceu em Campo Grande. "Desci do ônibus bem ali, virei a esquina e entrei para comer um pastel de carne. Coincidentemente, aos 89 anos de idade dele e aos 65 do centro comercial, hoje ele repete o que aconteceu há 59 anos, comendo o pastelzinho com o mesmo recheio.

Hiroshi Utinoi, também de 89 anos, trabalha no local há 50 anos. Antes vendia verdura, depois farinha e, atualmente, o forte são os medicamentos fitoterápicos.

"Mercadão, para mim, é família", resume. Descendente de japoneses, ele tem duas filhas que trabalham com ele no local, além de uma amiga para família. Tem mais de uma banca e virou referência principalmente entre quem procura chás medicinais.

A amiga e funcionária Alessandra e o dono da banca, Hiroshi (Foto: Cassia Modena)
A amiga e funcionária Alessandra e o dono da banca, Hiroshi (Foto: Cassia Modena)

De geração em geração - O vice-presidente do Mercado Municipal, Ronald Kanashiro, reforça que o local tem personagens da história de Campo Grande e é reduto de memórias para muitos campo-grandenses e moradores do interior de Mato Grosso do Sul. "É um lugar que se adapta à sua época e que, ao mesmo tempo, mantém características conservadoras e guarda memórias de gerações de famílias que vinham e continuam vindo para cá", diz.

Maria Flor Campos, 17, era bebê quando veio ao mercadão pela primeira vez. "Dormia nos pacotes de camomila", relata. O pai trabalha lá há 20 anos e a empregou para trabalhar junto agora. A amiga da filha, Larissa Miranda, 22, também foi contratada.

Vendedoras e amigas: Maria Flor (à esquerda) e Larissa (Foto: Cassia Modena)
Vendedoras e amigas: Maria Flor (à esquerda) e Larissa (Foto: Cassia Modena)

As jovens gostam de trabalhar no local. Aproveitam para botar a conversa em dia e fortalecer a amizade. "Eu falo para ela o que aconteceu na escola, o que teve no meu dia. Ela também me conta as coisas dela", diz Maria, sentada com Larissa entre duas bancas.

O casal Kristh Lauren, 27, e Andresson Vieira, 26, estão iniciando a tradição com o pequeno Antony Miguel, de 6 meses. O costume de comprar erva de tereré na banca de um amigo agora passa a ser em família. "Só compramos nessa banca. Sentamos e tomamos juntos aos finais de semana", conta o pai do bebê.

Família inicia tradição de comprar erva para tereré em uma das bancas (Foto: Cassia Modena)
Família inicia tradição de comprar erva para tereré em uma das bancas (Foto: Cassia Modena)

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