Moradores da Vila Piratininga se revezam em rondas para evitar ação de ladrões
Vizinhos trocam informações e redobram cuidado por fim aos prejuízos frequentes
Na Rua Estevão Alves Ribeiro, no Bairro Piratininga, o assunto era um só: o rapaz que acabou detido por moradores e amarrado em uma árvore na madrugada desta sexta-feira (16) ao tentar invadir uma residência. Embora assustados, os vizinhos contam que há anos sofrem com furtos e o medo de se tornarem as próximas vítimas.
No quarteirão do flagrante, praticamente todas as casas têm muros altos e concertina, algumas, inclusive, contam com câmeras de segurança e nem isso parece desencorajar os ladrões. “Já cheguei em casa e tinham levado tudo! Absolutamente tudo que puderam! Encostaram o carro e fizeram um limpa. Fiquei traumatizada”, conta a secretária Rufina Bernard (56).
Raro aquele que não viveu a experiência de ter sido alvo dos bandidos. Nem os cabos de energia escapam da ação dos usuários de drogas que veem na venda do material uma maneira de sustentar o vício. O aposentado Osmar Pinto (87) mora na região há mais de 30 anos e já repôs várias vezes os fios do salão comercial que aluga no bairro.
“Um dia um rapaz entrou aqui e falou que tinha vindo buscar o canivete que esqueceu no dia anterior, pegou o objeto e saiu, não fez nem questão de esconder que tinha roubado a fiação do meu estabelecimento”, disse o idoso.
Alguns homens tem se revezado montando guarda durante a noite, eles também mantém um grupo pelo WhatsApp pelo qual trocam informações sobre toda e qualquer movimentação suspeita.
“Não tem jeito! Tem que ser assim. Nós gostaríamos muito de poder contar com uma ronda periódica, ver mais viaturas aqui no bairro. O que tem nos ajudado bastante é a presença dos vigilantes que ficam de moto por aqui”, explica a copeira Erica dos Santos (36), esposa de um dos voluntários.
“Aquela casa ali, o dono reformou todinha e, mesmo com aquele muro daquela altura, eles jogam uma coberta sobre a concertina e pulam, tem ficado ali, vários deles”, disse Erica ao apontar para uma casa no meio da quadra que tinha em frente ao portão sinal de material queimado recentemente que, segundo os vizinhos, são resquícios de uma “limpeza” nos fios de cobre furtados para serem levados aos ferros-velhos prontos para a venda.