Mosquitos “especiais” seguram a dengue, garante nova secretária de Saúde
Hoje houve posse na Saúde, com expectativa positiva diante do monitoramento de casos da doença
A nova secretária de Saúde de Campo Grande, a médica Rosana Leite de Melo, que assumiu o comando da pasta esta manhã, em substituição ao vereador Sandro Benites, apontou a expectativa de que o projeto com a utilização de mosquitos especiais, do chamado método Wolbachia, deve afastar da Capital o risco de uma epidemia de dengue, como já enfrentado em anos anteriores. A cidade foi uma das primeiras a receber 70 milhões de unidades de mosquitos em todas as regiões, que impedem a presença dos vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela no mosquito Aedes aegypit.
A Secretária revelou que desde o ano passado a Sesau ativou uma sala de situação para o monitoramento do registro de casos, mas não verificou a ocorrência de uma situação grave, condição que ela considera que pode estar relacionada ao projeto com os wolbitos, nome dado aos mosquitos. “A gente acredita muito que isso vai ser benéfico para nós, nós talvez não enfrentaremos uma epidemia como está acontecendo. Não estamos ainda em alerta”, comentou. A atenção é justificada, já que os números costumam aumentar entre março e abril
O projeto é da Fiocruz e Campo Grande foi uma das primeiras cidades escolhidas para a distribuição dos mosquitos especiais no ano passado. A ação dele ocorre durante o cruzamento com os demais mosquitos Aedes, transferindo a eles o Wolbachia, o que impede a contaminação com o vírus da dengue e outras doenças, que depois são levadas aos humanos picados pelos insetos.
Ainda não há dados sobre o resultado da iniciativa na Capital, mas, ontem, uma reportagem de O Globo divulgou que um estudo mostrou que na Indonésia a técnica reduziu em 77% o numero de casos e 86% as hospitalizações após dois anos de presença dos mosquitos especiais. No Brasil, o Ministério da Saúde quer expandir a iniciativa.
Já há estados admitindo a situação de epidemia, como MG, DF e RJ. Em Campo Grande, no primeiro mês do ano foram 579 notificações. O Estado é o único que receberá doses da vacina da dengue para todos os municípios. Dourados já utiliza o imunizante por iniciativa própria, com 17 mil pessoas imunizadas em um mês.
Rosana disse que, embora não haja uma situação que desperte alerta, as medidas preventivas são essenciais, apelando às pessoas que recebam as equipes da Sesau e permitam a entrada nas residências para verificação de existência de focos e orientações aos moradores.
Posse- Em uma solenidade disputada, Rosana assumiu a titularidade da Sesau (ela era adjunta), apontando ter elaborado um plano de trabalho que ainda vai apresentar à prefeita Adriane Lopes (PP), que participou da posse. Ela não quis antecipar as iniciativas, apenas revelou que envolvem desde atenção básica ao implemento da tecnologia na saúde. A médica já teve outros cargos de gestão na rede pública, apresentando um perfil mais técnico para a pasta.
O adjunto dela será Aldecir Dutra de Araujo, que já assumiu cargo de secretário e também no comando da vigilância sanitária em cidades do interior.
Adriane considerou que a mudança deve envolver continuidade da ação da pasta. “E o intuito agora não é zerar e recomeçar, é dar continuidade a um trabalho que já foi iniciado, a valorização dos nossos servidores, o trabalho feito com excelência, trazendo modernidade para dentro da gestão, trazendo a tecnologia e inovação para moldar aquilo que nós ofertamos aos moradores de Campo Grande.”