Motoristas apontam falta de agentes de trânsito e excesso de multas no Centro
A falta de fiscais de trânsito da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) é motivo de dor de cabeça e insatisfação para pedestres e motoristas que passam pelo Centro de Campo Grande. Os agentes estão lá, mas, segundo os condutores, priorizam ações punitivas ao invés de orientar.
Outro problema foi que, na manhã de hoje (24), o semáforo para pedestre da rua 14 de Julho com a Barão do Rio Branco - um dos cruzamentos mais movimentados da região central - estava desligado, o que deixou o trânsito ainda mais caótico.
O engenheiro Elias da Silva, 52 anos, acredita que baseada na experiência dos anos anteriores, a Agetran já poderia ter adotado medidas para reforçar o número de fiscais no período das compras de Natal.
“O trabalho dos fiscais é importante, porque nesta época do ano sabemos que só os semáforos não dão conta. Além disso, a frota de veículos da cidade aumentou muito nos últimos anos, então já deveriam ter encontrado uma forma de solucionar ou pelo menos amenizar o tumulto no Centro. Querendo ou não, com a pessoa do agente na rua, os motoristas ficam mais disciplinados”, opina.
Por outro lado, o diretor do departamento de Fiscalização de Trânsito da Agetran, Gilberto dos Santos, justifica que no final do ano “é impossível o trânsito fluir como nos outros dias. “Com o fluxo de veículos ao mesmo tempo para o mesmo local, não tem como o trânsito fluir da mesma forma”, afirma.
Fiscais de plantão – Santos explica que os fiscais trabalham em regime de plantão. No Centro, são oito agentes - um deles para coordenar as operações - posicionados em locais estratégicos: no cruzamento das avenidas Calógeras e Afonso Pena e no entorno do Mercadão. Se houver tumulto em outros pontos, os fiscais se deslocam.
“O horário mais crítico é das 9h ao meio-dia. No meio tarde melhora e, entre 16 e 17 horas, volta o movimento”, indica o diretor sobre como evitar os horários de pico.
Multas – Outra queixa dos condutores é o excesso de canetadas. José Leodimar, 45 anos, pede mais orientação ao invés de punição. “Deveria ter mais agentes orientando e não multando. Eles têm costume de já chegar com a caneta na mão. O que falta no Centro é gente para orientar e organizar o trânsito”.
Sobre essa postura, Santos rebate que, além de organizar o trânsito, os agentes também tem a obrigação de fiscalizar. “Eles também estão nas ruas como fiscais. O movimento não justifica que o motorista cometa uma infração de trânsito. Por isso, se eles se deparam com alguma irregularidade, preenchem o auto de infração da mesma forma”, argumenta.