Motoristas de aplicativo denunciam "loira" que foge sem fazer Pix
Mulher sempre pega corridas em frente a hospital e desembarca em condomínio da Capital, alertam motoristas
Motoristas de aplicativo denunciam uma mulher loira quem vem aplicando golpes após as corridas, em Campo Grande. Na manhã desta terça-feira (3), a motorista Priscila Luz, de 28 anos, perdeu R$ 21 e o caso quase acabou na delegacia. Com 19 mil seguidores no Instagram, ela divulgou o perrengue na rede social e descobriu que outros motoristas haviam caído no mesmo golpe. "Começou a aparecer gente relatando o mesmo caso, da loira que embarca no Hospital Regional pedindo para ir até o Castelo de Luxemburgo".
Priscila detalha que no início da manhã de hoje desembarcou uma passageira no Hospital Regional, quando foi abordada por outra mulher. "Uma senhora toda bem vestida, perguntando se eu não podia fazer corrida particular, porque o celular dela estava descarregado. Perguntei para onde e ela respondeu que era para o Condomínio Castelo de Luxemburgo. Joguei no GPS e deu 7 km, então cobrei 21 reais, 3 reais o km."
A motorista aceitou e a mulher entrou dizendo que pagaria via Pix. "Entrou no carro e pediu para carregar o celular e eu coloquei para carregar. Quando chegou lá, ela me pediu o Pix, abri o aplicativo e ela mostrou o comprovante. Atualizei e falei: 'Moça não caiu'. Na hora que falei isso, ela saiu do carro", lembra.
Naquele momento, um ônibus com estudantes parou em frente ao condomínio e Priscila precisou dar a volta para reencontrar a passageira. "O ônibus parou atrás de mim e com universitários passando, não tinha como eu ficar no meio da rua. O retorno estava longe e na hora que voltei a mulher já tinha entrado no condomínio".
Priscila então pediu informação na guarita. "Falei que precisava falar com uma mulher de azul, calça jeans e salto alto que havia acabado de entrar, aí, a moça me respondeu que não viu". A motorista então falou que entraria para procurar. "Ela falou que eu não podia, mas alguém passou e deixou aberto, então entrei. Deixei meu carro no meio da porta para achar ela, aí veio o segurança e disse que era invasão de propriedade privada e que iria chamar a polícia", conta.
O segurança chamou a polícia e Priscila saiu do condomínio. "Dei uma volta, pensei que ela colocou o endereço ali, mas poderia morar mais para cima. Procurei e na hora que voltei na rotatória, a PM já estava lá. Daí eu fui embora. Não ia ficar lá para a polícia me levar, eu ia ser presa, ia perder a guarda dos meus filhos", lamenta.
Chateada com a situação, Priscila divulgou a história e quer encontrar a passageira golpista. Ela afirma que não se trata apenas do dinheiro. "A gente tem que cuidar assalto, trânsito caótico, tarifa baixa, gasolina nas alturas, as ruas cheias de buraco e manutenção do carro. Não é só por 21 reais, é para evitar que outros trabalhadores passem pela mesma situação", afirma.
Depois da divulgação, muitos motoristas de aplicativo procuraram a jovem para relatar que foram vítimas da mesma situação. Gabriel dos Santos Pinheiro, 25 anos, é um deles. Ao Campo Grande News, contou que embarcou a mulher loira em janeiro deste ano.
"Desembarquei passageiro no Regional e ela veio até mim, perguntou se não podia fazer particular, porque não conseguia pelo celular. Falei que era 17 reais e fui", lembra. "Quando desembarco naquela região, geralmente paro mais para frente, perto do quebra-molas", complementa.
Foi o que fez. Gabriel parou o carro e passou o Pix. "Ela falou 'já fiz' e saiu do carro sem mostrar o comprovante. Eu saí correndo atrás dela para falar que não caiu, então ela sentou em um ponto de ônibus e viu que não tinha jeito, então acabou fazendo o Pix. Depois, entrou no condomínio", afirmou.
Ao trocar mensagens, fotos e nomes com Priscila Luz, Gabriel descobriu que se trata da mesma mulher. "A gente precisa divulgar o caso para que outras pessoas não caiam nesse golpe", pondera.