MP e PF fazem buscas e tomam veículo em ação contra “banco fantasma”
A operação é resultado de investigação sobre desvio de recursos públicos destinados à empresa Microcrédito Crediquali, antigo “Banco do Cidadão”, instituição que não tem nem sede na Capital
A Polícia Federal cumpriu quatro mandados de busca e apreensão e um mandado de sequestro de veículo na manhã desta sexta-feira (28). A operação é resultado de investigação da Promotoria do Patrimônio Público sobre desvio de recursos públicos destinados à empresa Microcrédito Crediquali, antigo “Banco do Cidadão”, instituição que não tem nem sede na Capital.
Conforme a investigação, entre segundo semestre de 2016 e primeiro semestre de 2017, o dinheiro teria sido usado “indevidamente para a aquisição de bens privados e pagamentos de despesas particulares de ex-dirigentes e membros do conselho deliberativo da Funtrab (Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul)”. Neste período, a entidade era dirigida pelo pastor Wilton Acosta (PRB), hoje candidato a deputado federal.
O banco foi criado para emprestar dinheiro a juros baixos, mas não tem recursos desde o fim do ano passado, conforme apurou e noticiou o Campo Grande News em matéria publicada em agosto do ano passado.
Sem sede - No balcão de atendimento na sede da fundação, localizada na rua 13 de Maio, Centro de Campo Grande, a informação que a reportagem recebeu em agosto é de que o banco não funciona lá, mas na rua 15 de Novembro, em algum ponto da quadra entre as rua Pedro Celestino e Padre João Crippa.
Ao pedido de um contato, surgiu um telefone que só dá ocupado. Na sequência, foram fornecidos à reportagem mais dois números de telefones fixos. À equipe, a atendente assegurou que o banco funciona no primeiro andar da Funtrab, na rua 13 de Maio. No local, entretanto, o Campo Grande News só encontrou Credi Quali, apresentada como uma Oscip (organização da sociedade civil de interesse público), mas sem relação com o Banco Cidadão.