Na expectativa do Uber, motoristas apostam até em veículo locado
Pelo menos 200 pessoas já estão cadastradas para trabalhar em Campo Grande com o Uber, aplicativo que conecta motoristas a passageiros interessados em 'caronas pagas', a atividade deve ter início na Capital até o fim deste mês, conforme estima o presidente da Assotaxi (Associação dos Taxistas Auxiliares de Campo Grande), José Carlos Áquila. Ele disse ainda que o cadastro deve seguir durante esta semana.
Para ele é grande a expectativa para a chegada da alternativa de transporte. “Vai ser muito bom para gente, porque hoje, um auxiliar paga diária que varia de R$ 185 a R$ 235 para o dono do táxi, com o Uber vamos trabalhar com veículo próprio e ter condições de oferecer um bom serviço para população”, disse José Carlos Áquila.
Entre os cadastrados tem gente que pretende, inclusive, inciar o trabalho locando o veículo. “Assim que começar, no primeiro mês pretendo alugar um veículo e depois comprar o meu, porque a intenção é que o trabalho seja com o nosso próprio carro”, disse um dos motoristas cadastrados e que preferiu não se identificar.
Ele também disse que atualmente a média paga mensalmente para o proprietários de táxi é de R$ 6 mil, e aos auxiliares resta o que “fizer a mais, o que varia entre R$ 1.500 a R$ 2.000”, disse. Entre os benefícios na leitura do motorista está o valor da corrida, que será mais em conta que o do taxi e o bom serviço.
“Ganharemos no preço e no bom atendimento. Acreditamos nisso e, principalmente que teremos demanda, porque será mais em conta”, disse. A expectativa é que a corrida da Uber será em média 30% mais em conta que a de táxi.
Outro motorista também cadastrado informou que já tem o veículo e está apenas aguardando a liberação do Uber. “Vou trabalhar com meu próprio carro e não mais pagar para o taxista, hoje trabalho quase 24 horas para poder ganhar algum dinheiro”, disse. Ele informou que o Uber em Campo Grande será chamado UberX, que permite qualquer carro acima de 2008 desde que seja completo.
Oficialmente, o Uber mantém o mesmo discurso desde que começou a movimentação que sinalizou a vinda para Campo Grande, em nota a empresa informou que avalia constantemente a possibilidade de novas cidades receberem a Uber e que parte dessa avaliação “inclui buscar talentos e compartilhar informações com os cidadãos que queiram ter uma nova oportunidade de renda com autonomia, flexibilidade dirigindo na plataforma da Uber, e não significa a entrada imediada da Uber em Campo Grande”, conforme o texto. A empresa finaliza se comprometendo a fazer anúncio oficial quando houver algo definitivo.
Resistência - Por onde passou até agora, o aplicativo que conecta motoristas e passageiros e barateia o preço das corridas deixou um rastro de revolta entre os taxistas, que reclamam de concorrência desleal, falta de direitos trabalhistas e chegam a agredir motoristas do Uber. Em São Paulo, no ano passado, os taxistas fizeram manifestações e afirmam que o movimento caiu 45% desde que o Uber chegou.
No Mato Grosso do Sul, projetos chegaram a ser propostos para vetar a regulamentação do aplicativo na capital. O legislativo estadual chegou a aprovar uma lei que proibia o transporte remunerado de passageiros em carros particulares, mas o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) vetou a medida.