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Capital

"Não tinha intenção de matar", diz réu que esfaqueou ex

Alex Davalos está sendo julgado hoje por tentar matar a ex-mulher e alega ter agido por ciúmes

Silvia Frias e Bruna Marques | 14/10/2022 09:35
"Não tinha intenção de matar", diz réu que esfaqueou ex
Alex Davalos (rosa) está sendo julgado por tentativa de homicídio qualificado e ameaça. (Foto: Bruna Marques)

Ciúmes foi a justificativa dada pelo pintor Alex de Sousa Davalos, 33 anos, ao tentar esfaquear a ex-mulher, Janaína Lima da Costa, e atear fogo na casa, enquanto ela se protegia dos ataques dele, trancada em um quarto. Botijão de gás e galão de gasolina foram usados por ele, sem sucesso.

“Nada justifica o que eu fiz, mas a gente se revolta”, disse hoje, durante julgamento por tentativa de homicídio qualificado, em Campo Grande. "Não tinha intenção de matar, só queria dar prejuízo".

Além das qualificadoras, motivo torpe e sem chance de defesa, Davalos também está sendo julgado pelo crime de ameaça, em júri que está sendo realizado pela 2ª Vara do Tribunal do Juri.

Segundo a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), o crime aconteceu na madrugada do dia 7 de junho de 2021, depois que o homem se sentiu desprezado por suposta traição.

Alex foi até casa da ex-mulher, Janaína Lima da Costa, no Jardim Noroeste e a esfaqueou duas vezes. A mulher conseguiu correr para dentro de casa e se esconder no quarto.

"Não tinha intenção de matar", diz réu que esfaqueou ex
Julgamento está sendo realizado pela 2ª Vara do Tribunal do Júri. (Foto: Bruna Marques)

Ainda conforme a denúncia, o homem invadiu a casa, quebrou móveis e cortou a mangueira do botijão de gás, com objetivo de colocar fogo na casa. Ferida, Janaína saiu do quarto, desligou o registro e voltou a se esconder no mesmo cômodo.

Conforme denúncia, o homem estava com galão de gasolina e jogou dentro do quarto em que ela estava tentando atear fogo e, em seguida, fugiu. Janaína conseguiu escapar de novo.

O acusado foi preso dois dias depois do crime e, no dia 13 de junho, teve o flagrante convertido em prisão preventiva, que permanece até hoje.

Julgamento – Janaína não foi ao julgamento e não pode ouvir a versão dada por ele, ao ser questionado pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos, a promotora Luciana do Amaral Rabelo e o defensor público Rodrigo Antonio Stochiero Silva.

Davalos diz que foi casado por 10 anos com a vítima, com quem teve dois filhos e convivia ainda com dois enteados. No início, diz que frequentava igreja, “mas se afastou do caminho” ao passar a usar drogas e beber.

As brigas começaram e as denúncias por violência doméstica também. O casal se separou e ela se mudou de casa, a três quarteirões de distância dele. Eles já estavam separados há três semanas quando o crime aconteceu.

Davalos contou que estava a caminho da casa da mãe quando passou pela rua onde morava a ex e a viu conversando com outro homem. “Me revoltei, comecei a gritar, falar uns palavrões, o homem correu”.

Segundo ele, Janaína correu para dentro da casa, enquanto ele pegou um pedaço de pau e começou a quebrar o vidro da porta que a mulher tentava segurar. Depois disso, ela correu para o quarto. “Aí eu comecei a quebrar tudo, geladeira, televisão, fogão, porta, janela, tudo”.

Foi nesse momento que diz ter pego uma faca e cortado a mangueira do botijão. À promotoria, alegou não se lembrar das facadas deferidas. Davalos acreditava, segundo ele, que os ferimentos dela teriam sido decorrentes do vidro quebrado.

Também negou que quisesse matar a ex-mulher. “Eu só queria dar prejuízo”, disse. “Fiquei transtornado, quebrei as coisas, mas não tentei matar ela”, justificando que retirou o botijão de gás depois de ter cortado a mangueira e que não tentou arrombar a porta do quarto. “Agi por ciúmes”.

O réu chorou em alguns momentos, aqueles em que se disse arrependido. “Acabei com minha família, meus filhos, nem sei como estão”, disse. “Nada justifica o que eu fiz, se ela estivesse aqui, ia pedir perdão para ela e pela nossa família que destruí”.

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