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Capital

"Ninguém aguenta mais isso aqui”, dizem vizinhos de tabacaria na Pioneiros

Na noite do último sábado (dia 6), policiais do Batalhão de Choque tiveram que usar balas de borracha para dispersar a multidão

Viviane Oliveira e Bruna Marques | 08/02/2021 12:59
Imagens de câmeras de segurança mostram aglomeração em calçada de casa, vizinha a tacabaria (Foto: reprodução / vídeo)
Imagens de câmeras de segurança mostram aglomeração em calçada de casa, vizinha a tacabaria (Foto: reprodução / vídeo)

De seis para cá, os vizinhos de uma tabacaria no Bairro Pioneiros, na Rua Ana Luísa de Souza, não aguentam mais os transtornos causados pelos frequentadores do estabelecimento, que de terça-feira a domingo bloqueiam ruas, garagens e calçadas, fazem algazarra com som alto, consomem bebida alcoólica e usam até drogas. Os moradores ouvidos pela reportagem não quiseram se identificar por medo. Eles deixaram claro que não reclamam do comércio, mas sim dos clientes.

“A gente não consegue nem assistir televisão”, lamentou um aposentado de 67 anos. Na noite do último sábado (dia 6), policiais do Batalhão de Choque tiveram que usar balas de borracha para dispersar a multidão. Um rapaz acabou preso por pilotar moto sob efeito de álcool.

Morando há 4 meses no bairro, o aposentado disse que o tumulto começa a partir das 19h e vai até as 22h. “Eles invadem a nossa calçada com as motos. Consomem bebida alcoólica, usam drogas. Você não tem noção de como fica isso aqui? Não temos liberdade dentro da nossa própria casa. A gente se quer pode assistir televisão”, reclamou. Ele acredita que deveria ter uma fiscalização mais rígida tanto por parte da Guarda Municipal quanto da Polícia Militar. “Quer ver como fica isso aqui, passa das 7h às 22h. É uma situação lamentável”.

Compartilha da mesma opinião outra moradora de 59 anos, que mora no bairro há 35 anos. Segundo ela, já passou mal por causa da algazarra. “A gente não dorme. Não tem como sair. Não tem como entrar em casa com o carro. Já fui reclamar com o grupo que fazia algazarra aqui em frente de casa e acabei ameaçada. Eles falaram que eu não sabia com quem estava mexendo. Disseram que se eu denunciasse iria amanhecer com a boca cheia de formiga. Não temos sossego. Eles fazem cavalinho de pau, xingam e não respeitam ninguém.Todo mundo aqui vive assustado. Nunca imaginei passar por isso”, lamentou.

Outra coisa que incomoda os moradores são os ruídos de estouro de escapamento de motos. “Televisão a gente não escuta mais. Dormir cedo é impossível. A segurança pública tinha que bater mais em cima. Essas motos são irregulares. Não tem documento. Onde já se viu isso? O problema não é a tabacaria, o dono tá aí para trabalhar igual a gente, o problema são os clientes que não têm limite”, disse outro comerciante de 55 anos, que vive há mais de 15 anos no bairro. Assista, abaixo, ao vídeo gravado por câmeras de segurança.

A dona da tabacaria, Thamires Xarao, afirma que não tem como controlar os clientes foram do local, que tem seguido o toque de recolher e as medidas de segurança, mas como os consumidores têm desrespeitado e provocando ainda mais tumulto, vai levar o estabelecimento para outro local.

“Pensando em nossos clientes, vizinhos e população que mora ali iremos abrir em um local apropriado e que comporte todos sentados e sem nenhum tipo de aglomeração”, disse ela.


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