No "falta tudo" da construção civil, alguns itens já subiram 120% na Capital
Tijolo, cimento e aço são alguns do materiais dificeis de encontrar; tem indústria que não aceita mais pedidos para 2020
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Na loja de materiais de construção da empresária Roseley Flávia de Macedo, há somente 13 sacos de cimento no estoque nesta quarta-feira (21). “Faz dias que eu fiz pedido, mas até agora não chegou.
E não para por aí. Diversos outros produtos também estão em falta. “Começou com tijolo e agora está atingindo tudo, porta, parte hidráulica e elétrica, cimento... gabinete de cozinha mesmo eu comprei em maio e chegou agora, em outubro, depois de cinco meses", comenta.
Para resumir: "está faltando tudo!”, diz Roseley. Há pelo menos três meses, ela tem sentido o reflexo de paralisações nas indústrias brasileiras devido à pandemia do novo coronavírus. Primeiro faltou tijolo. Agora, cimento, aço, telha, pisos e revestimentos estão cada vez mais escassos. A falta dos produtos provocou aumento de até 120% em alguns itens.
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A empresária lembra que fica cada vez mais difícil a situação. "Eles aceitam o pedido, mas fica na fila da produção. E, quando chega, chega com reajuste, está tudo o dobro do preço”.
Em média o milheiro de tijolo, que antes da pandemia era vendido entre R$ 500 e R$ 600, dificilmente sai por menos de R$ 900. Já o saco de cimento, que antes era vendido a R$ 19, em média, atualmente é vendido entre R$ 30 e R$ 35.
O preço do aço também disparou. Conforme o empresário Thadeu Striquer, o aumento do produto chega a 120%.
“Se você for fazer a cotação do aço vai se assustar”, afirma Thadeu. Se começar a pegar percentual de antes e depois da pandemia vai ver que quase dobrou e o valor agregado dele na obra é maior do que o tijolo. Todo mundo preocupado com o tijolo, mas se você vai fazer toda estrutura de uma casa, quanto que não utiliza de aço?”, questiona.
Na loja em que ele é sócio, todos os materiais citados apresentam redução no estoque. E, na hora de fazer novos pedidos, o comerciante afirma que o problema tem sido prazo para entrega. “Você faz pedido de compra e eles entregam tudo fracionado. Tem empresa falando que só vai começar a faturar pedidos de novos clientes em abril ou maio”, comenta.
O mesmo tem acontecido com os pedidos feitos por Roseley. “Vem tudo de fora, a maioria do Estado de São Paulo. É tudo relacionamento, se você já comprava com eles, consegue fazer um novo pedido”.
Perante a escassez, quando produtos chegam é motivo de comemoração. “Toda vez que um caminhão encosta para descarregar eu agradeço, mesmo que na maioria das vezes uma coisa ou outra vem faltando”, destaca a empresária.
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Pisos e revestimentos – Em loja de pisos e revestimentos, os produtos também estão demorando mais tempo para entrega. “O prazo depende da cada indústria. Duas estão com prazos de entrega entre 45 a 60 dias. Uma não está mais aceitando pedidos para esse ano e outras duas estão com prazo para março do ano que vem ou até sem prazo, pede e a hora que produzir eles faturam e encaminham”, afirma a empresária Suzana Bazzan.
Os preços também aumentaram. “Industrias tiveram três aumentos de julho para cá, principalmente de produtos importados. Daqui para frente está bem incerto, cliente procura e a gente não consegue passar prazo para entrega”, destaca.