No Jardim Noroeste, difícil é vencer lamaçal sem veículo ficar atolado

No Jardim Noroeste, motoristas de ônibus do transporte coletivo e privado e até veículos de passeio, enfrentam um verdadeiro rally para vencer o lamaçal do bairro e não acabar com veículo atolado. O esforço, muitas vezes, é em vão. Foi o que aconteceu com Luiz Fernando na madrugada desta segunda-feira (27).

Mesmo desviando da Rua Urupês - que passa por obras de pavimentação desde 2023 e é uma das vias com mais casos -, o automóvel acabou ficando preso no barro. Essa é a terceira vez em menos de dois meses que um ônibus fica atolado. Desta vez, o caso foi na Rua da Conquista com Rua Urupês. Nas outras vezes os veículos de transporte coletivo ficaram atolados na Rua Perdizes, esquina com a Rua Urupês.

Luiz tem 60 anos, ele conta que passa pelo bairro todos os dias para buscar trabalhadores que vão até Ribas do Rio Pardo, município a 97 quilômetros de Campo Grande. O incidente aconteceu por volta das 4h30 da manhã e, segundo ele, não será resolvido tão cedo.

“Sempre atravesso esse trecho, mas nos últimos dias passei pela rua de cima. Não sei porque eu decidi vir por essa rua hoje, não me dei conta que está tão molhado e tanto barro. O chefe já veio para verificar a situação e provavelmente para conseguir tirar vai ser preciso um outro veículo puxar pela traseira, mas que isso deve levar algumas horas ainda”.

Além do ônibus, o tênis que o motorista usava ficou completamente cheio de barro. Ele comenta que também atolou o pé na lama ao sair do veículo.

Cleiton Nunes, de 33 anos, é morador do bairro. A casa onde reside fica exatamente no cruzamento onde o ônibus de Luiz atolou. O empresário explica que a situação está mais crítica há dois meses e que o problema tem atrapalhado o ir e vir da população.

“Os que têm carro e a casa fica próxima do cruzamento deixam eles na rua, porque tem buracos e muito barro. Os pais que vão levar as crianças até a minha casa de recreação reclamam bastante porque tem que parar o carro distante e ir a pé, fica afundando o pé no barro. Uma funcionária já atolou até a bicicleta nesse barro”.

Ele acrescenta que todos os dias precisa fazer a limpeza da varanda e calçada da casa devido à poeira e ao barro quando chove. “Acho isso uma falta de respeito com os moradores porque é uma situação que se arrasta por muito tempo e não tem previsão de fim”.

Juliano Alexandre, mora no bairro há 20 anos. Ele presencia atolamentos sempre. “Tem uma semana que tem vários carros atolados, carro e caminhão ficam parados nesse cruzamento, mesmo antes da chuva. A situação fica pior a cada ano que passa. Os moradores já perderam a esperança do asfalto pois o que se vê é só carros atolados,ônibus atolados e até motos atoladas”.

Obras - As obras de pavimentação e drenagem no bairro Jardim Noroeste começaram, segundo o cronograma exposto pela prefeitura, no dia 24 de julho de 2023. O prazo para finalização da obra é dia 18 de julho de 2024. O investimento é de R$9 milhões.

“Infelizmente a obra de drenagem causa transtornos em épocas de chuva e desde que a obra foi iniciada tivemos vários períodos de chuva. A Secretaria entende a situação dos moradores e reforça que está buscando agilizar principalmente a parte de drenagem do projeto. Essa fase está sendo concluída e logo será feita a implantação dos poços de visita (PV) e as ligações das bocas de lobo. Feito isso será dado início a pavimentação da Rua Urupês”, disse a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), pasta responsável pela obra.

Ela afirma que o contrato vence em julho desde ano, entretanto, como houveram atrasos por conta das chuvas, terá que ser prorrogado. Ainda não há um novo prazo para vigência do serviço.

“Quanto aos ônibus, sempre que houver necessidade a Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) fazer a mudança do itinerário, para que os usuários não sejam prejudicados”.

Conforme a Secretaria, além da prefeitura estar fazendo a drenagem e pavimentação, também realiza a construção de uma bacia de amortecimento, com capacidade para reter 8.735,81 metros cúbicos de água da chuva. Segundo ela, a obra é importante para acabar com os alagamentos em várias regiões do Jardim Noroeste e bairros vizinhos, como a Chácara dos Poderes.

Sobre a pontuação que a Sisep fez à Agetran, a reportagem entrou em contato com a Agência, mas até o momento não recebeu retorno.

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