Obra em barragem rompida no Sóter vai levar até 4meses, se não chover
“É uma situação que Deus coloca. Não tem como ir contra isso, eu não vou”, diz prefeito
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Rompida durante a forte chuva de ontem, a quarta barragem no córrego Sóter, na Via Parque, deve ser concluída em até 120 dias. Com um agravante, o prazo é se não chover.
“Não tem como entrar dentro do córrego para fazer a barragem, infelizmente, [se chover forte] tem que esperar para contabilizar os estragos. Não tem o que fazer”, afirmou o prefeito Nelsinho Trad (PMDB) nesta sexta-feira. Pelos próximos meses, a Capital enfrenta a temporada de chuvas, comum no Verão.
“É uma situação que Deus coloca. Não tem como ir contra isso, eu não vou. A gente deve aceitar a inferioridade e enfrentar da melhor forma possível”, diz Trad, comentando sobre a força da natureza.
O prefeito afirma que contratou o maior especialista em drenagem urbana do país para elaborar o Plano de Drenagem de Campo Grande. Segundo ele, já foram tiradas do papel quatro de um total de cinco barragens e a bacia de detenção (piscinão) atrás do Shopping Campo Grande. A elaboração do plano foi contratada em 2008, por R$ 1,4 milhão.
Ainda conforme Nelsinho, o governo do Estado tem obras dentro do Parque das Nações para evitar o transbordamento do lago, que ontem, mais uma vez, saiu do leito e transformou a Via Parque em rio. “Estão fazendo o desassoreamento do lago e construindo três barragens na parte de trás para segurar as folhas secas, que diminuem a capacidade de absorção da água”, afirma o prefeito.
Ontem, a chuva alagou a Via Parque, próximo ao Parque das Nações. No local, uma obra orçada em R$ 11 milhões seria inaugurada amanhã. O projeto incluiu a construção de uma galeria subterrânea para regular a vazão da água em dias de fortes chuvas.
A situação mais grave foi registrada no bairro Universitário. Um motociclista caiu em um bueiro na rua Vitor Meireles e está desaparecido desde ontem.
A Joaquim Murtinho, a Ricardo Brandão e a avenida Afonso Pena, na região Leste da cidade, também ficaram alagadas. Os estragos serão pagos pelas empreiteiras, sem custo ao poder público.
Água abaixo – A licitação para a construção da quarta barragem no córrego Sóter, mecanismo que reduz a força da água, foi lançada em abril do ano passado. No mês seguinte, a construtora Pactual ganhou a licitação. Ontem, a obra, que ainda não estava pronta, não resistiu e rompeu.
Uma quinta barragem deve ser construída por uma construtora como contrapartida ambiental, devido à edificação de um conjunto habitacional nas proximidades do córrego.