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Capital

"Obrigado Deus pela saúde", cantam jovens sem máscara em mais um baile funk

Show com MC reuniu pelo menos 700 pessoas em casa noturna da Brilhante

Paula Maciulevicius Brasil | 28/11/2020 12:26



"Obrigado Deus pelo pão de cada dia
Obrigado Deus pela saúde e a família
Obrigado Deus pelos dias de vida
Peço que me olhe
Que todos os seus anjos me guia"

Cantada por cerca de 700 pessoas sem máscara e juntas, a música "Obrigado Deus", do MC Paulinho na festa "Baile do Mandrake" nessa sexta-feira, parece desafiar a covid-19. As imagens que estão disponíveis até mesmo no Instagram do artista mostram a aglomeração do público na apresentação do cantor em uma casa de shows na Capital.

Desde a entrada do músico no palco, as lanternas de celular que iluminam a plateia revelam a quantidade de pessoas e quando as luzes se acendem, é possível ver até os camarotes na lateral cheios.

Anunciada há meses, a festa aconteceu no antigo Jeremias, que hoje se chama Vitrine Show, na Avenida Brilhante. Nas imagens não é possível identificar o uso de máscara muito menos o distanciamento justamente num período em que os casos de covid estão crescendo cada vez mais e as taxas de ocupação de UTI estão em 90%.

O Campo Grande News entrou em contato com o organizador do evento, Jean Paçoka que enfatizou que a casa tem capacidade para 3 mil pessoas, mas estava com cerca de 700, ou seja, menos do limite máximo determinado em decreto. "Fiz todo o protocolo de segurança, todo mundo que entrou no evento entrou usando máscara. Trabalhamos com uma equipe de 25 pessoas na entrada, investimos em álcool em gel, medimos a temperatura na fila", disse.

Ainda segundo ele, a venda de convites foi antecipada justamente para limitar o número de público e que marcado há meses, o show chegou a ser reagendado para obedecer ao toque de recolher.

"Mudamos o horário de começar e 23h eu encerrei seguindo o toque, mas é show nacional, eu não tenho como controlar o uso de máscara até porque é muita gente", justifica Jean. Pela experiência do show, ele afirma que vai suspender, por ora, as festas. "Vi que não tem como ter controle, então vou aguardar para poder realizar os shows. Não vou continuar, a galera empolga, ali é gigante, quando começou, veio todo mundo pra frente, não tinha o que fazer. Mas te garanto que seguimos todos os protocolos e investimos muito".

Legislação - Em outubro, o Campo Grande News fez a matéria Lei nasceu fadada ao fracasso na volta da vida noturna em Campo Grande em que própria Prefeitura admite que decretos servem apenas para conscientizar, porque a fase do "punitivo já aconteceu". Apesar do cenário hoje na Capital ser outro, não houve novos decretos quanto a realização de festas e eventos e as recomendações permanecem as mesmas.

Na própria lista de normas impostas pela administração municipal há uma exceção: os convidados ou público podem tirar na hora de comer ou beber.

"Funkão clandestino" - A segunda noite após o retorno do toque de recolher, em Campo Grande, registrou menos pessoas nas ruas entre meio-noite e 5h, porém, mesmo com a recomendação para evitar aglomerações, festa com aproximadamente 100 pessoas foi encerrada por equipes de fiscalização, na madrugada deste sábado (28). O flagrante aconteceu em residência no Bairro Dom Antônio Barbosa, região sul da Capital, e nenhuma pessoa foi conduzida à delegacia.

A Guarda Civil Municipal abordou na madrugada, 266 pessoas "furando quarentena" nas ruas da cidade. Em comparação com a madrugada de ontem, houve redução de 22% na quantidade de fiscalizações.

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