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Capital

Ocupado da "noite para o dia", terreno já tem 30 famílias e até rua

Adriano Fernandes | 22/09/2016 14:45
Cerca de 30 famílias improvisam barracos na área invadida. (Foto: Alcides Neto)
Cerca de 30 famílias improvisam barracos na área invadida. (Foto: Alcides Neto)

Cerca de 30 famílias ocupam, há pelo menos dois meses, terreno que seria área pública entre a avenida Souto Maior e a rua Saint Romain, no Jardim Tijuca. Na área invadida “da noite para o dia”, os barracos já dividem espaço com casas de alvenaria e até uma nova rua foi feita.

Quem mora no local mede palavras até mesmo para dar entrevista, com receio da repercussão da ocupação. De acordo com uma moradora que preferiu não se identificar, a invasão foi uma forma de aproveitar um terreno sem utilidade.

“A maioria das pessoas que vive aqui ocupou porque não tinha mais condições de pagar aluguel. Antes era tudo mato, estava abandonado, ocupado por usuários de drogas, então decidimos invadir”, disse a mulher que em um dos barracos, vive junto aos seis filhos.

Segundo ela, fiscais da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) já estiveram no endereço uma única vez, os intimando a sair. “Mas não temos para onde ir e aqui vamos ficar até decidirem o que podem fazer pela gente”, completa.

No local, ao lado dos barracos construídos uma “rua” foi patrolada recentemente, como prolongamento da rua Severino Pinheiro. Loteadas no improviso, cada uma das moradias também já tem sua área delimitada com arames farpados e tela.

Chama atenção o fato de que a mesma área invadida, também divide espaço com casas de alvenaria e até em construção. A obra estava parada quando a reportagem foi até o local. 

No mesmo terreno invadido até casa de alvenaria é construída.  (Foto: Alcides Neto)
No mesmo terreno invadido até casa de alvenaria é construída. (Foto: Alcides Neto)
A rua patrolada depois da ocupação é uma espécie de prolongamento da rua Severino Pinheiro no bairro. (Foto: Direto das Ruas)
A rua patrolada depois da ocupação é uma espécie de prolongamento da rua Severino Pinheiro no bairro. (Foto: Direto das Ruas)

“Aquele é o lado da elite, não tem relação com a gente. Ocupamos na paz e tentamos manter o mais organizado possível. Essa rua nós mesmos conseguimos que trouxessem as máquinas e limpassem”, conta a senhora, sem querer dar mais detalhes.

Vizinha do terreno e moradora do bairro há 10 anos, uma dona de casa que também preferiu não se identificar, teme a desvalorização imobiliária da região.

“Eles ocuparam da noite para o dia e conseguiram o patrolamento com um político. Nosso receio é que a ocupação desvalorize uma região que poderia ter sido loteada e vendida regularmente”, comenta.

Segundo ela a área já foi ocupada anteriormente. “Mas antes eram apenas três famílias que foram atendidas por programas sociais e saíram daí. Já estes outros moradores são novos na região”, completa.

Até a conclusão do texto a reportagem não teve um posicionamento da prefeitura do município, sobre a invasão no Jardim Tijuca.

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