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Capital

Outra vítima de assédio sexual em cinema será indenizada em R$ 40 mil

Assédios ocorreram em 2017 por colega que exercia um cargo superior; é 2º caso do tipo que vem à tona hoje

Jhefferson Gamarra | 12/04/2022 15:07
Rede de cinema instalada em shopping de Campo Grande. (Foto: Divulgação/Cinepólis)
Rede de cinema instalada em shopping de Campo Grande. (Foto: Divulgação/Cinepólis)

Indenização de R$ 40 mil deverá ser paga pela rede de cinema Cinépolis a uma trabalhadora da filial de Campo Grande, que foi vítima de assédio sexual por um colega de trabalho que exercia um cargo superior.

O crime ocorreu no ano de 2017. A funcionária relatou que era assediada frequentemente pelo colega. Tudo começou com cantadas, depois tentativas de beijo forçado, sempre em locais onde não havia câmeras de monitoramento. Em um dos episódios, o assediador se trancou com a vítima em uma sala e mostrou o órgão genital. Segundo a vítima, o gerente da unidade foi informado sobre a situação, mas não agiu para que os assédios tivesse fim.

A ação foi ajuizada pelo Senalba-MS (Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional no Estado do Mato Grosso do Sul), após a vítima visitar o sindicato e os assessores jurídicos notarem sua ansiedade e comportamento de muito nervosismo da trabalhadora, que posteriormente revelou os assédios.

“Ajuizamos a reclamação trabalhista que tramitou na 4ª Vara de Trabalho, com pedido de rescisão indireta do contrato de trabalho e pagamento das verbas rescisórias por completo. Isto porque a vítima não tinha condições psicológicas para continuar trabalhando na empresa até a decisão da Justiça, além disso, requeremos a indenização por danos morais”, revelou a advogada do sindicato, Domitilla Vasco.

Em sentença, o juiz do Trabalho julgou procedente a ação, acolhendo os pedidos iniciais, determinando indenização por danos morais de 20 mil reais. No entanto, após recurso da empresa, o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) reduziu o valor da indenização para R$ 5.210,00, cinco vezes o valor do último salário da trabalhadora, utilizando mudanças advindas da Reforma Trabalhista, art. 233 da CLT.

Os advogados recorreram ao TST (Tribunal Superior do Trabalho), alegando que a reforma trabalhista não era aplicável ao caso. Com decisão anterior mantida, a vítima recebeu o valor de R$ 20 mil por danos morais, que somados às verbas trabalhistas, totalizaram mais de 40 mil reais. Além dos valores pagos à vítima, o assediador e o gerente foram demitidos.

A rede de cinemas Cinépolis foi procurada pela reportagem para dar esclarecimentos sobre o fato, mas até a publicação da reportagem, não houve retorno.

Dois cinemas - É o segundo caso que vem à tona no dia. Funcionário da Rede UCI, em Campo Grande, foi acusado de abusar de vários funcionárias no cinema.

Na Delegacia da Mulher, duas delas contaram que desde agosto de 2021 são vítimas constantes de assédios sexuais no local por um colega de trabalho, principalmente, dentro das salas de cinema, que não possuem câmeras de segurança.

As vítimas afirmaram terem contado sobre os assédios para os gerentes do cinema, um deles que já presenciou tais abusos, mas nada foi feito até o momento. Por isso, decidiram procurar a polícia.

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