Pai de rapaz assassinado com 6 tiros diz que agora só pensa em vingança
Adevilson foi morto quando chegava do trabalho, a 150 metros da casa onde vivia
Adevilson Silva de Souza, de 30 anos, morreu a poucos metros da casa onde morava com o pai e um irmão, no Jardim Aero Rancho, em Campo Grande. Ele era assentador de pisos e chegava do trabalho, quando foi surpreendido pelo assassino, que disparou seis vezes contra Adevilson, a cerca de 150 metros da residência.
Com 54 anos de idade, muito abalado e chorando, o pai de Adevilson conversou com o Campo Grande News, mas pediu para não ser identificado. Sentado na calçada de casa, o homem conta que o rapaz cresceu no Jardim Aero Rancho, era o filho do meio e agora, só pensa em uma coisa: "Só tenho que fazer a mesma coisa que ele fez com meu filho, penso em me vingar e mais nada", disse emocionado.
Uma das suspeitas é que o ex-marido da namorada de Adevilson fosse o assassino, mas, de acordo com o pai da vítima, Adevilson não estava mais namorando e nem contou que havia sido ameaçado recentemente. "O tio dele, irmão da mãe dele, que levou pra fazer o boletim de ameaça, não tava sabendo. Já vi quem matou ele, mas não tenho amizade", contou, sem mencionar o nome de quem seria o autor dos disparos.
Adevilson estava de bicicleta na Rua Taumaturgo e foi surpreendido pelo autor do crime no momento que virava na Rua Miguel Ângelo, onde morava. Adolescente de 17 anos, que mora bem na esquina onde a execução aconteceu, contou ao Campo Grande News que Adevilson ainda estava vivo quando caiu no asfalto e que ouviu seis disparos.
"Estávamos deitados dentro de casa e ouvimos os tiros. Eu e meu pai saímos pra ver o que estava acontecendo, vimos o cara correndo, subiu na moto e foi embora em alta velocidade. Ele deixou a moto parada embaixo de uma árvore. Não deu tempo de ver nada, nem placa, nem nada, foi muito rápido. Fomos perto do Adevilson, ele ainda tava mexendo a boca e a veia do pescoço pulsando, ele tava vivo, morreu porque a ambulância demorou pra chegar", contou a testemunha que não será identificada por segurança.
A adolescente disse ainda que conhecia a vítima por morarem próximos, mas que há alguns anos, não se falavam. "Via ele todo santo dia, porque ele passava aqui voltando do serviço. Ele era uma pessoa de boa, não via ele envolvido com nada, era tranquilo, na dele", finalizou a jovem.
Adevilson tinha uma filha de 5 anos, de relacionamento anterior. Para o irmão da vítima, a esperança é que a investigação identifique o assassino e a justiça seja feita. "Agora, a gente tem que deixar com a polícia", disse o irmão de Adevilson, que não quis se identificar.
Ameaças - No dia 5 de julho, Adevilson registrou um boletim de ocorrência de ameaça e contou à polícia que havia sido agredido pelo ex-marido da namorada. No registro policial, Adevilson conta que estava namorando com uma mulher que dizia ser divorciada, mas que foi agredido e ameaçado pelo homem no dia 30 de junho.
De acordo com o boletim de ocorrência, no dia 30, ele estava na Rua Santa Quitéria, no Jardim Centenário, quando ex-marido da namorada passou por Adevilson e o agrediu com um capacete. O homem ainda teria dito que passaria com o carro por cima de Adevilson se visse ele naquela rua novamente e mandou Adevilson parar de ir atrás da mulher.