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Capital

Palco de mortes e alagamentos, via é 'herança' para o próximo prefeito

Christiane Reis e Adriano Fernandes | 17/11/2016 07:01
Falta das defensas metálicas e deslizamentos que engolem o asfalto são alguns problemas ao longo da Ernesto Geisel. (Foto: Marcos Ermínio)
Falta das defensas metálicas e deslizamentos que engolem o asfalto são alguns problemas ao longo da Ernesto Geisel. (Foto: Marcos Ermínio)

Cenário de acidentes graves, como no domingo (13), quando três pessoas morreram após o veículo em que estavam cair no rio Anhanduí, e palco de inúmeras enchentes, com casos próximo ao Shopping Norte Sul e em outros pontos, a Avenida Ernesto Geisel, uma das principais de Campo Grande, apresenta problemas praticamente de ponta a ponta. E sem soluções a curto prazo.

Também chamada de 'norte-sul', ao norte são os alagamentos o grande inconveniente para quem vive ou trabalha nas imediações da Ernesto Geisel, do centro da cidade até a Avenida Campestre. No trecho há buracos, rachaduras no asfalto, ausência de guard rails e até de tampa de bueiro.

Projeto para resolver parte da questão existe desde 2015 e R$ 49 milhões estão assegurados do Governo Federal. Mas, a situação só deve ser resolvida pelo próximo prefeito.

“Aqui acontece muito acidente, porque tem buraco. Então, os motoristas tentam desviar e acabam provocando acidentes, sem contar que quando chove tudo fica mais difícil. O córrego enche muito rápido”, diz o autônomo Luciano Siqueira Rodrigues, 37 anos, que há três trabalha na Ernesto Geisel quase no cruzamento com a Fernando Correa da Costa.

Do início até ali, a avenida margeia o Córrego Segredo. Quando este curso d'água se encontra com o Prosa, forma o Rio Anhanduí, que desce ladeado pela Ernesto Geisel até o Aero Rancho.

A instalação de guard rails seria a solução para evitar acidentes, na leitura do também autônomo Eritan Alves dos Santos, 48 anos. “A gente que trabalha aqui vê coisas do arco-da-velha. Acidente de todo tipo. Além da questão da falta de proteção e do asfalto com buracos e rachaduras, também tem trechos com ondulação e já vi gente se machucar por ter passado por ali sem cinto e em alta velocidade”, conta.

Eritan dos Santo conta que já viu vários acidentes próximo ao local que trabalha. (Foto: Marcos Ermínio)
Eritan dos Santo conta que já viu vários acidentes próximo ao local que trabalha. (Foto: Marcos Ermínio)
Iracy Jesus mostra o ponto que inicia o alagamento em frente à casa dele. (Foto: Marcos Ermínio)
Iracy Jesus mostra o ponto que inicia o alagamento em frente à casa dele. (Foto: Marcos Ermínio)

Para o comerciante Iracy Pereira Jesus, 66 anos, que mora há 20 anos próximo à Rua Santa Adélia, na região do Shopping Norte Sul, o maior problema é o alagamento. “Alaga tudo aqui, chega até na minha porta é muito ruim, mas não adianta reclamar ninguém faz nada”, diz.

Já nas proximidades do Hospital Regional, já no Aero Rancho, também não há proteção nas margens do córrego. Porém, existem muitas árvores nas margens, que acabam sendo um obstáculo em casos de acidente. A pista segue com algumas rachaduras e buracos.

Ali, segundo o comerciante José Geraldo de Oliveira, 53 anos, que mantém uma bicicletaria há 3 anos na Avenida Campestre, mas mora na região há 18 anos, o único problema é grande movimento na Campestre. “Ouvi dizer que eles iriam prolongar a Ernesto Geisel, sentido Sidrolândia, mas até agora nada foi feito”, diz.

Em época de chuva, o trecho da Ernesto Geisel entre a Rachid Neder e Euler de Azevedo fica alagado. (Foto: Marcelo Calazans/Arquivo)
Em época de chuva, o trecho da Ernesto Geisel entre a Rachid Neder e Euler de Azevedo fica alagado. (Foto: Marcelo Calazans/Arquivo)

No outro extremo da Ernesto Geisel, próximo à Avenida Euler de Azevedo, alagamentos também tiram o sono de mora ou trabalha por ali. “Quando chove fica tudo muito difícil, fica bem alagado e vem muita sujeira, que acaba vindo para dentro do estabelecimento”, diz o empresário Rodrigo Sabadin, 36 anos. Ele conta que acidentes quase não ocorrem por ali, pois há rotatória e isso ajuda a evitar as ocorrências.

Projeto – O diretor de projetos da Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação), Paulo Antônio Afonso Bento, informa que existe um projeto para a Avenida Ernesto Geisel, que vai contemplar o trecho da Santa Adélia até a Campestre (ao sul).

O projeto existe desde 2015 e tem R$ 49 milhões assegurados do Governo Federal. “Mas, precisa de mais R$ 25 milhões de contrapartida, acredito que vá ficar para o próximo prefeito”, conta.

Segundo ele, o projeto prevê canalização do córrego, melhoria das encostas com muro de arrimo, área de convívio, ciclovia e recuperação do asfalto. “Uma outra questão que dificulta a execução do projeto é que houve alteração por conta de novas áreas de deslizamento, aumentando a abrangência.

Sobre prolongamento da Ernesto Geisel, após Avenida Campestre, o diretor informou que houve anteprojeto anos atrás, mas a ideia não avançou. Ele não informou se há algum projeto previsto para solucionar os alagamentos ao norte da Ernesto Geisel. A reportagem tentou obter a informação com a prefeitura, mas até a conclusão do texto não obteve retorno.

O prefeito eleito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), já sabe que o parque linear na Ernesto Geisel será missão para ele destravar. Chegou a discutir o assunto em Brasília (DF), com a bancada federal, na semana passada.

As outras demandas da via, incluindo um prolongamento, demandrão análises posteriores.

Buracos ao longo da avenida atrapalham a vida dos motoristas. (Foto: Marcos Ermínio)
Buracos ao longo da avenida atrapalham a vida dos motoristas. (Foto: Marcos Ermínio)
Ao longo da avenida há trechos com muita vegetação. (Foto: Marcos Ermínio)
Ao longo da avenida há trechos com muita vegetação. (Foto: Marcos Ermínio)

Guard rail atrasado – O diretor confirmou que estão sendo instalados guard rails ao longo da Avenida Ernesto Geisel, como medida emergencial. Em alguns pontos, como da Rua Brilhante sentido Afonso Pena, é possível constatar que buracos já foram feitos para receber a base das defensas.

A previsão inicial era de que o trabalho estaria concluído na primeira de novembro, mas agora o novo prazo é que até o fim do mês as defensas metálicas sejam instaladas em 21 pontos.

1 - Avenida Ernesto Geisel com a rua Tonico de Carvalho.
2 - Avenida Ernesto Geisel com a Avenida Fernando Correa da Costa
3 - Avenida Ernesto Geisel com a rua 26 de Agosto.
4 - Avenida Ernesto Geisel com a rua João Rosa Pires
5 - Avenida Ernesto Geisel com a avenida Afonso Pena
6 - Avenida Ernesto Geisel com a rua Barão do Rio Branco.
7 - Avenida Ernesto Geisel com a rua Dom Aquino.
8 - Avenida Ernesto Geisel com a rua Marechal Rondon.
9 - Avenida Ernesto Geisel com a rua Maracaju.
10 - Avenida Ernesto Geisel com a rua Antonio Maria Coelho.
11 - Avenida Ernesto Geisel com a avenida América.
12 – Avenida Fernando Correa da Costa; entre as ruas Centenário e José Maria.
13 - Avenida Ernesto Geisel com a rua Eça de Queiroz.
14 - Avenida Ernesto Geisel com a avenida Rachid Néder.
15 – Avenida Fernando Correa da Costa, entre as ruas Sebastião Lima e Padre João Crippa.
16 – Avenida Costa e Silva com a Avenida Dr. Olavo Vilella de Andrade.
17 - Avenida Ernesto Geisel, abaixo da ponte da avenida Mascarenhas de Moraes.
18 – Avenida Fernando Correa da Costa com a rua Joaquim Murtinho.
19 - Avenida Ernesto Geisel com a rua Brilhante.
20 – Rua do Pavão com a rua do Albatroz.
21 – Rua Mascarenhas de Moraes.

Guard rails, que poderiam evitar acidentes, estão em apenas alguns trechos da avenida (Foto: Marcos Ermínio)
Guard rails, que poderiam evitar acidentes, estão em apenas alguns trechos da avenida (Foto: Marcos Ermínio)
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