Para roubar R$ 30 mil, ex-namorada tramou crime e levou bebê para casa de PM
O caso aconteceu na madrugada de ontem (7), na casa onde o policial vivia, na Rua Rua Geórgia
A intenção dos três presos por latrocínio (roubo seguido de morte) contra o policial militar da reserva Valdecir Ferreira, 59 anos, era roubar uma suposta quantia de R$ 30 mil que o policial guardava em casa. O crime foi planejado pela ex-namorada da vítima, Daniela Dias do Nascimento Alexandre Neto, 28 anos, que no dia do crime levou o filho de 1 ano para a casa do PM.
O caso aconteceu na madrugada de ontem (7), na casa onde o policial vivia, na Rua Geórgia, no Bairro Coophasul, em Campo Grande. Além de Daniela, foram presos pelo crime o namorado dela, Kleber Araújo Guimarães, 36 anos, e Leivison de Souza Melchiades, 25 anos. Foragido do presídio da Gameleira, Kleber contou à polícia que o crime foi arquitetado por Daniela, ex-namorada do PM.
No sábado (6), segundo depoimento do rapaz à polícia, Daniela disse que tinha uma parada para fazer. Conhecia uma pessoa que teria em casa em torno de 30 mil. Então, os dois combinaram o crime. No dia do roubo, Daniela com o filho no colo, e na companhia do amigo, Leivison, foram para casa do policial com um motorista de aplicativo. Depois do roubo, Kleber passaria para pegá-los, conforme a versão dele à polícia.
Por volta de 1h de domingo, Kleber recebeu a ligação de Leivison sinalizando que já podia ir. Chegando ao local, Daniela e Leivison disseram que havia dado tudo errado e que a vitima havia morrido. Os três, então, fugiram levando um isopor com carnes e cervejas, um par de tênis e R$ 800. Os 30 mil não foi encontrado pelo grupo. Apesar da versão de Kleber, a investigação indica que Valdecir foi morto asfixiado com um cinto e depois esfaqueado pelos dois homens.
Os três foram presos em flagrante por volta do meio-dia do mesmo dia, no apartamento de Daniela, numa invasão do Jardim Tijuca. Eles vão responder por latrocínio, roubo seguido de morte. Daniela, segundo auto de prisão em flagrante, é mãe de mais de 4 crianças, todas menores de 12 anos. Tanto Daniela quanto Leivison não quiseram falar durante o interrogatório.
Caso - Os três saíram do local levando dinheiro, pertences da vítima (jaqueta, tênis, cooler) e o aparelho celular, que foi descartado na Avenida Lúdio Martins Coelho. Uma pessoa achou e passou a ligar para as últimas chamadas registradas no aparelho até que a filha de Valdecir atendeu. Ela ficou com receio de ir buscar o aparelho sozinha e decidiu procurar o pai. Na casa, sem conseguir contato com ele, autorizou que a PM arrombasse a porta e o corpo foi encontrado na cama.
Condenação - Em fevereiro do ano passado, Valdecir Ferreira foi condenado a quatro anos de prisão em regime aberto pela morte de Kátia Campos Valejo, de 35 anos. O crime aconteceu na Rua Tintoreto, no Bairro Nossa Senhora das Graças, em outubro de 2016. Ele poderia recorrer da decisão em liberdade. De acordo com o advogado José Roberto Rodrigues da Rosa, que atuou na defesa do policial aposentado, Valdecir Ferreira chegou a ser denunciado por feminicídio, mas essa qualificadora foi retirada durante o julgamento.