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Capital

Polícia Civil nega que “Maníaco do Ponto” esteja atacando novamente

Rafael de Sousa Leite, de 31 anos, foi preso em 2017 quando foi Deam o identificou como autor de 12 estupros

Anahi Zurutuza | 24/06/2022 19:21
Polícia Civil nega que “Maníaco do Ponto” esteja atacando novamente
Rafael de Sousa Leite, de 31 anos, que ficou conhecido como “Maníaco do Ponto”, numa das ocasiões em que foi preso (Foto: Direto das Ruas)

Depois de enviar fotos para vítima fazer reconhecimento e ela apontar Rafael de Sousa Leite, de 31 anos, conhecido como o “Maníaco do Ponto”, como o homem que invadiu a casa dela no dia 3 de maio deste ano, a Polícia Civil negou que o invasor da residência no Rita Vieira seja o condenado por estupros em série "atacando novamente". Segundo a polícia, essa possibilidade não existe, uma vez que Rafael está preso.

O Campo Grande News apurou que ao contrário do que a vítima imaginava – que Rafael havia sido preso no fim semana passada em Dourados –, o “Maníaco do Ponto” está sim “fora de circulação”, mas desde 2017.

Ele foi pego pela Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) no fim de janeiro daquele ano e em 8 de fevereiro deu entrada no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande). Ainda conforme apurado pela reportagem, Rafael foi transferido para a PED (Penitenciária Estadual de Dourados) em 10 de outubro de 2018, onde está custodiado desde então. Antes, como preso provisório e agora, condenado por estupro, Rafael cumpre pena no regime fechado e nunca fugiu ou foi liberado da prisão.

Ainda segundo a Polícia Civil, a investigação da invasão de domicílio foi encerrada na quarta-feira, dia 22 de junho, sem chegar à autoria do crime. Ninguém foi preso e não há suspeitos.

“Uma vítima teve a casa invadida e informou aos policiais que tinha visto matérias sobre este homem na internet e que tinha certeza de que seria a mesma pessoa. No entanto, não consta nenhuma evasão deste indivíduo do sistema prisional”, informou a polícia em nota, completando que “não houve nenhum reconhecimento formal feito por nossas unidades policiais”.

Agora, o alívio que a dona de casa sentiu ao acreditar que o invasor de sua casa havia sido identificado estava atrás das grades “foi por água abaixo”. “Espero respostas da polícia, porque nem perícia foram fazer na minha casa depois do que aconteceu. E agora, o alívio que eu senti, as 10 toneladas que havia saído das minhas costas, foi tudo por água abaixo. Agora, a gente não sabe mais de nada”, afirmou a entrevistada, de 34 anos, que terá o nome preservado.

A confusão – A vítima conta que naquele dia 3 de maio, estava em casa com o filho, de 4 anos, que é autista, quando teve o imóvel, no Bairro Rita Vieira, invadido. Era 1h da madrugada, quando a mulher acordou com um criminoso abrindo a janela de seu quarto. Para ela, a intenção do bandido era estupra-la.

O homem entrou no local pulando o muro e disse que estava fugindo da polícia. Conforme a vítima, ao avisar que ia ligar no 190 (emergência da Polícia Militar), o criminoso ainda insinuou: "Eu sei que você também quer, abre a porta moça", teria dito o homem.

O invasor tentou abrir as portas e janelas, mas não conseguiu e acabou fugindo antes da chegada da PM. Nas paredes do imóvel, ficaram as marcas das mãos e pés do homem. Traumatizada, a mulher conta que teve de se mudar, pois não conseguia mais ficar em sua residência depois do ocorrido. O seu filho também ficou mais retraído desde o ocorrido.

O crime por violação de domicílio foi registrado pela vítima na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) da Capital. Da unidade, o caso foi transferido para a 4ª DP (Delegacia de Polícia) nas Moreninhas, que nesta semana, enviou fotos de Rafael, armazenadas nos arquivos da polícia, para que a mulher fizesse o reconhecimento, depois que ela comentou com um investigador que buscando informações sobre criminosos sexuais na internet encontrou matérias sobre o caso do “Maníaco do Ponto” e o “reconheceu”. “Se não é ele, é praticamente o clone dele”, disse a entrevistada nesta sexta-feira à reportagem.

Confessou - Os estupros cometidos por Rafael de Sousa Leite na Capital começaram a ser catalogados em 2015, depois que a Deam notou características em comum entre boletins de ocorrência de estupro registrados na delegacia.

A principal delas era o local onde as vítimas eram abordadas: nos pontos de ônibus. Diante da polícia, Rafael confessou ter estuprado 12 mulheres na cidade e, no dia 3 de março deste ano, foi condenado a 11 anos de prisão, em regime fechado, pela juíza May Melke Amaral.

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