Policiais federais vasculham casas e escritórios ligados a 3 conselheiros do TCE
Ação da Polícia Federal, Receita e CGU está em busca de provas de corrupção e lavagem de dinheiro
Além das buscas nos gabinetes do TCE-MS (Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul), equipes da PF (Polícia Federal) e Receita Federal estão espalhadas por Campo Grande, Sidrolândia e Brasília (DF) em endereços ligados a 3 conselheiros: Ronaldo Chadid, Waldir Neves e Osmar Jerônimo.
A Operação Mineração de Ouro está em busca de provas de corrupção e lavagem de dinheiro e é derivada de informações colhidas durante a Operação Lama Asfáltica.
Equipe vasculhou imóvel localizado na Rua Uberlândia, no Bairro Itanhangá, área nobre da Capital, mas saiu do local sem nada. No endereço, já funcionaram escritório de advocacia, agência de publicidade e hoje é sede de ONG (Organização Não-Governamental).
Policiais e agentes da Receita também fazem buscas em casa na Rua Manoel Inácio de Souza, no Jardim dos Estados, onde funciona a Mineradora Betione, a empresa Neves e Barbosa Advogados Associados e escritório do corretor de imóveis Vanildo Neves, que já foi vereador e vice-prefeito de Aquidauana, e é irmão do conselheiro Waldir Neves.
Outro endereço de buscas foi o Edifício Dorsay, na Rua Antônio Maria Coelho. O Campo Grande News apurou que vivem no prédio o conselheiro Ronaldo Chadid e o irmão do conselheiro Osmar Domingues Jeronymo, que foi secretário de Governo na gestão de André Puccinelli (MDB).
No Parque dos Poderes, funcionários do TCE/MS foram dispensados logo no início da manhã. As buscas já duram 3 horas no local. Por meio da assessoria de imprensa, o órgão só informou que vai se manifestar assim que tiver conhecido do teor das investigações.
Nesta manhã, em um dos primeiros endereços alvos, a Polícia Federal apreendeu pilhas de dinheiro, divididas em notas de R$ 50 e R$ 100.
Mineração de Ouro - Conforme divulgado pela PF, conselheiros e pessoas ligadas a eles são suspeitos de praticar crimes de peculato (desvio de dinheiro público), corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
As investigações começaram na Lama Asfáltica, mas essa etapa só ganhou as ruas após autorização do STJ (Superior Tribunal de Justiça), pois membros do Tribunal de Contas têm prerrogativa de foro.
Ao todo, são cumpridos 20 mandados de busca por 102 policiais, em parceria com a CGU (Controladoria-Geral da União) e da Receita Federal.
O nome da operação é inspirado nos indícios de que a aquisição de direitos relacionados a mineração tenha sido utilizada para lavagem de dinheiro.
*Com a colaboração de Henrique Kawaminami, Marcos Maluf e Gabriela Couto.