População dos presídios é quatro vezes superior ao número de vagas
Os presídios de Campo Grande estão superlotados e chegam a receber até quatro vezes mais presos do que a capacidade. A situação mais crítica, segundo o Sinsap/MS (Sindicato dos Servidores em Administração Penitenciária), é a do de Segurança Máxima, que tem vagas para 642, mas abriga 2.008 detentos.
No Instituto Penal, a situação se repete. São 1.193 presos em um espaço que só comporta 268. O Presídio Feminino também está sobrecarregado, 400 mulheres estão presas, sendo que a capacidade é para 231 internas.
Como forma de protesto, o Fenaspen (Federação Nacional dos Servidores em Administração Penitenciária) e o Sinsap/MS barraram a entrada de presos no Complexo Penitenciário da Capital.
Até o momento, sete detentos foram recusados. “Eles voltaram para as delegacias. Se o governo não apresentar nenhuma proposta, o ato vai continuar e deve sobrecarregar as celas, que não comportam muitos presos”, explica o presidente do Sindicato dos agentes, Francisco Sanábria.
Por enquanto a manifestação não afetou as duas Delegacias de Pronto Atendimento Comunitário de Campo Grande. Na do centro, as duas celas que chegam a recolher 35 presos, estão com seis pessoas detidas. Já a do bairro Piratininga, recolheu 12 presos hoje pela manhã, mas muitos foram transferidos e só restaram seis. O problema deve se agravar no fim de semana, quando aumentam os casos de violência e criminalidade.
A manifestação que começou nessa segunda-feira (1) deve durar pelo menos dez dias e já conta com a adesão dos municípios de Três Lagoas e Dourados.
Os agentes reivindicam melhorias nas condições de trabalho e pedem também que seja concluída a alteração da Lei Estadual 2.518 que prevê a abertura de concurso público para 600 vagas e a construção de novas unidades prisionais no Estado.
A previsão é de quem em dez dias, os presídios deixem de receber cerca de 150 presos.
O Campo Grande News não conseguiu contato com o secretário de Justiça e Segurança Pública, WantuirJacini, para discutir a questão.