Por suspeita de integrar facção, adolescente é sequestrado na Capital
Cárcere foi descoberto após denúncia anônima; três homens que seriam do PCC foram presos e negam sequestro
Três pessoas suspeitas de integrarem o PCC (Primeiro Comando da Capital) foram presas pelo sequestro e cárcere de adolescente de 16 anos. Eeles queriam que o garoto confessasse ser do CV (Comando Vermelho), a facção rival. Os policiais invadiram a casa, no Bairro Tiradentes, após denúncia anônima.
O flagrante aconteceu ontem, em uma casa na Rua Tuba. Hoje, os três suspeitos passaram por audiência de custódia, depois que a Polícia Civil pediu a conversão do flagrante em prisão preventiva, deferida pela Justiça. Os três negam participação no crime.
Os militares receberam denúncia de que Gustavo de Sousa Ferreira, 24 anos, vulgo “Mecânico”, seria integrante do PCC e estava mantendo adolescente em cárcere desde terça-feira (12) em casa, no Bairro Tiradentes.
Os militares foram até o endereço indicado e encontraram o suspeito em frente de casa, mas que entrou após tentativa de abordagem policial.
Na casa, encontraram o servente de pedreiro Ygor Luiz Avalhas dos Santos, 28 anos, atrás do sofá e, em um dos quartos, Gabriel dos Santos Martins, 24 anos, o “Zé Pequeno”, com o adolescente de 16 anos, que chorava.
O adolescente disse aos policiais que foi sequestrado às 23h do dia 12, quando andava pelo Bairro Vida Nova. Segundo ele, foi abordado por homem que pediu que entrasse em uma casa, sendo impedido de sair. Começou a ser interrogado para que confessasse ser do CV (Comando Vermelho).
De lá, foi levado a diversas casas, pelo menos quatro, sempre sendo interrogado sobre integrar o Comando Vermelho. Durante todo o tempo, os homens fizeram várias ligações a pessoas a quem se referiam como “irmãos” e pediam orientação do que fazer.
A vítima disse ter sido ameaçada todo o tempo. Com facas, os homens diziam que cortariam braços, pernas e cabeça do adolescente.
O boletim de ocorrência foi registrado como ameaça, sequestro e cárcere privado e formação de quadrilha.
Ygor Luiz, o “Madruga”, disse que estava na Lagoa Itatiaia e encontrou Gustavo, o “Mecânico”, que o convidou para jantar. Quando estava se servindo, a equipe da PM chegou. Em interrogatório, disse não saber de ter ocorrido sequestro e não faz parte do PCC.
Gabriel Martins, o “Zé Pequeno”, preferiu não se manifestar e disse que somente vai prestar depoimento em juízo.
Gustavo Martins, o “Mecânico”, disse que estava em casa quando os três apareceram. Informou conhecer dois deles “de vista”, mas não sabia quem era o adolescente. As visitas tinham maconha e todos resolveram fumar. O rapaz disse não ter percebido se o adolescente estava sendo mantido em cárcere, pois conversava normalmente. Notou que os homens estavam com fone de ouvido e telefone, mas achou que ouviam música. Ele negou participação no crime ou integrar a facção.
#matéria atualizada às 10h52 para atualização das informações