Prefeitura promete "tolerância zero" em fiscalização para conter covid-19
Sete equipes percorrerão os bairros, enquanto duas ficarão no Centro; Guarda usará dois drones
Cerca de 120 guardas municipais e 50 fiscais da Vigilância Sanitária de Campo Grande vão para as ruas da cidade a partir dessa noite com uma missão: tolerância zero na fiscalização do cumprimento do decreto municipal que está em vigor desde o começo da semana e polemizou ao contrariar e flexibilizar as normas estaduais.
Apesar de "peitar" o Governo do Estado, o texto da prefeitura prevê também punições para quem promover aglomerações, não cumprir normas em comum de biossegurança e desobedecer o toque de recolher, que vai das 21h às 5h.
Servidores do Procon municipal, Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Detran (Departamento Estadual de Trânsito) e PM (Polícia Militar) vão apoiar as ações, que prometem ocorrer 24 horas por dia em toda a cidade.
"Passou o tempo de dar orientações e só educar. Todos já sabem de cor de salteado suas obrigações e vamos tomar medidas para que o campo-grandense que não queira cumprir as regras que precisam ser cumpridas passe a respeitar o próximo", diz o prefeito Marquinhos Trad (PSD), que esteve na abertura dos trabalhos.
O ato aconteceu em frente à Praça Belmar Fidalgo, no Centro. Segundo ele, os números relacionados à covid-19 em Campo Grande já começaram a apresentar queda e a intenção da fiscalização rigorosa é justamente manter essa tendência de queda.
"Vocês já estão calejados", comentou o prefeito ao conversar com os servidores sobre sobre os procedimentos a serem adotados. "Tenha paciência com aquele que pode tirar a sua paciência. Hoje vocês têm uma missão importante, mas não pensem duas vezes em chamar as forças de segurança caso haja reincidência ou desacato", discursou.
Operacional - A fiscalização vai se dividir em duas frentes: a volante e a de trânsito. No caso da primeira, a coordenação é da Vigilância e vai visitar estabelecimentos diversos, sob a promessa de até fechar os que não cumprirem a lei.
"Acreditamos que vai aumentar o número de autuações e de interdições. Desde de novembro do ano passado já temos mais de 200 autuações e 100 interdições. Acabou a orientação. Agora é tolerância zero até o fim do decreto, no dia 30", conta o coordenador da Vigilância Sanitária de Campo Grande, Orivaldo Moreira.
Funcionários da Sefin (Secretaria Municipal de Finanças) também vão acompanhar as ações para aplicações de autuações relacionadas à atividade financeira dos estabelecimentos, mas de um modo geral, as interdições e multas de cunho sanitário só podem ser feitas por auditores fiscais sanitários ligados à Vigilância.
Moreira ainda aponta que cerca de 90% do efetivo de fiscais está trabalhando com foco nas diretrizes da covid-19, ficando os demais para atuar nas demais áreas. "O que está errado, vai fechar, não tem como", frisa.
Bairros e Centro - As equipes volantes vão se dividir em nove grupos, sete deles responsável por uma região administrativa da Capital e outras duas atuando no Centro. Enquanto isso, a segunda frente da fiscalização tem como foco o trânsito e vai realizar blitze em pontos movimentados, como comumente já é feito.
"Continuamos com essa fiscalização importante. O foco será reduzir a circulação indevida de pessoas alcoolizadas e conduzindo veículos, sem habilitação, todas essas irregularidades", comenta o chefe da Fiscalização do Detran, Rubem Ajala.
As ações volante dessa noite serão acompanhadas pelo presidente regional da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), Juliano Wertheimer, e o primeiro-secretário da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), Roberto Oshiro.
Ambos vão atuar como observadores do trabalho realizado pela fiscalização. Os primeiros dados referentes as duas frente em Campo Grande nessa noite e madrugada devem ser divulgados já amanhã (18) cedo pelas assessorias de comunicação.