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Capital

Preso é morto dentro do isolamento e família acusa agentes de omissão

Briga de dois presos começou no solário do Pavilhão 2 e, segundo denúncia, foram levados para mesma cela de isolamento

Silvia Frias | 25/12/2019 15:04
Funerária chegou ao IPCG para retirada do corpo (Foto: Paulo Francis)
Funerária chegou ao IPCG para retirada do corpo (Foto: Paulo Francis)

Um preso morreu há pouco no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande), no complexo penitenciário de Campo Grande. A informação repassada por famílias de internos é que ele teria sido morto por outro preso, dentro da cela de isolamento, no Pavilhão 2. Os dois tinham brigado pouco antes e deveriam estar em celas separadas para evitar confronto.

A morte do preso aconteceu por volta das 13h e foi confirmada pela reportagem do Campo Grande News. A funerária chegou às 14h24 e aguarda a chegada da perícia da Polícia Civil para a retirada do corpo.

O familiar, que não quis se identificar, disse que os dois presos começaram a brigar no solário, área destinada para o banho de sol, por causa de drogas. A informação é que os dois foram levados para o isolamento, porém, na mesma cela, o que teria sido feito de forma deliberada por dois agentes, um deles, responsável pelo Pavilhão 2 e, o outro, de todo o presídio.

Pouco depois, um dos presos começou a pedir socorro, pois estaria sendo agredido pelo desafeto. Segundo o familiar, os agentes somente abriram a cela 1h30 depois e o detento já estava morto.

O presidente do Sinsap/MS (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de MS), André Luiz Santiago, disse que colocar desafetos na mesma cela de isolamento não é o procedimento padrão e iria verificar até o IPCG para apurar a denúncia. "É muito difícil que isso tenha acontecido".

Segundo ele, apesar de ser conhecido como cela de isolamento ou cela forte, o preso não fica isolado totalmente, à exceção de casos específicos, como de Dyonathan Celestrino, o Maníaco da Cruz, que não convive com outros.

Em regra geral, os presos convivem com outros detentos nessas celas que também enfrentam a superlotação. Há situações em que mais de 20 presos dividem a cela forte.

Santiago citou, ainda, que por conta do código de conduta das facções, há situações em que presos assumem “a bronca” do colega e, estando na mesma cela que o desafeto do colega, terminam o serviço pelo outro.

A reportagem também entrou em contato com assessoria da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) e aguarda posicionamento sobre a denúncia contra os agentes.

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