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Capital

Professores aderem à greve nacional e protestam nesta quarta na Capital

Profissionais pedem a revogação do Novo Ensino Médio e o municipais também reivindicam reajuste salarial

Natália Olliver | 24/04/2023 16:18
Estudante segura cartaz durante manifestação no Centro de Campo Grande (Foto: Alex Machado)
Estudante segura cartaz durante manifestação no Centro de Campo Grande (Foto: Alex Machado)

Professores da rede estadual e municipal aderiram à greve geral na educação em defesa e promoção da educação pública. A movimentação vai acontecer nesta quarta-feira (26). Além de pedir que o Novo Ensino Médio seja revogado, os docentes da Reme (Rede Municipal de Ensino) também pedem pelo reajuste do piso salarial referente ao ano de 2024, de 40,57%.

Os atos começarão de maneira isolada, se fundirão na Praça Ary Coelho e terão a Prefeitura de Campo Grande como destino final. A concentração da REE (Rede Estadual de Ensino) terá início na praça, às 9h, e a passeata da Reme na ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública), às 8h.

Apesar de os atos nacionais serem apenas de movimentação no setor, alguns municípios de Mato Grosso do Sul vão paralisar as atividades educacionais no dia devido ao não reajuste do piso para a categoria. O presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Jaime Teixeira, pontuou ao Campo Grande News que, além da Capital, as cidades de Dourados, Pedro Gomes e Chapadão do Sul também devem paralisar nesta quarta-feira.

Na rede estadual será uma movimentação, as aulas permanecerão normais. Queremos chamar atenção não só na questão salarial, mas para que gente faça um grande debate da promoção e defesa da escola pública, valorização dos profissionais, violência da sociedade que repercute nas escolas e a luta nacional de revogar o Novo Ensino Médio”, disse.

Jaime ressaltou que, não só a Federação, mas todos os professores esperam que a sociedade se convença que a educação é um patrimônio do cidadão. “Esperamos chamar atenção dos usuários da escola pública. Fazer com que a escola não saia da pauta”.

O presidente da ACP, Gilvano Kunzler Bronzoni, evidenciou que o objetivo é discutir toda complexidade que envolve a educação, como qualidade e segurança, e exigir o aumento do piso para os profissionais da Reme. “Teremos como pauta principal a parte do piso. O reajuste será para o mês de maio e deve chegar a 40,35%, como prevê a Lei 6.796”.

Novo Ensino Médio - O novo modelo de ensino propõe que parte das aulas será comum a todos os estudantes do país, direcionada pela BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Já a outra parte da formação, os próprios alunos poderão escolher um itinerário para aprofundar o aprendizado, ofertado a partir da capacidade das redes de ensino e das escolas. Entre as opções, estão às áreas de linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou ao ensino técnico.

Para Jaime Teixeira, presidente da Fetems, o Novo Ensino Médio empobreceu o currículo dos alunos, uma vez que diminuiu a carga horária de 2.400 horas obrigatórias para 1.800 e reduziu a carga horária de disciplinas como filosofia e sociologia. “O aluno sai com formação mais pobre de lá”.

Protestos - Em março, grupo de estudantes e professores realizaram manifestação pacífica por mudanças na estrutura curricular do Novo Ensino Médio, na região central de Campo Grande.

Alunos em protesto pela revogação do Novo Ensino Médio, em Campo Grande (Foto: Alex Machado)
Alunos em protesto pela revogação do Novo Ensino Médio, em Campo Grande (Foto: Alex Machado)

Jaime destacou que as mudanças buscam preparar o jovem apenas para o ensino técnico. "Nosso intuito aqui é apoiar os alunos e fazer o movimento ter voz, os estudantes merecem um ensino de qualidade e não isso que estão querendo oferecer".

Em abril, estudantes e professores voltaram às ruas da Capital para pedir pela revogação do novo modelo de ensino. A concentração aconteceu na Praça do Rádio, na Avenida Afonso Pena. O grupo de aproximadamente 100 pessoas caminhou até a Escola Estadual Joaquim Murtinho.

Consulta pública - Para avaliar a situação, o MEC (Ministério da Educação) fará nesta segunda-feira (24) a consulta pública sobre o Novo Ensino Médio. O primeiro evento será um webinário com especialistas, que vão discutir uma possível reestruturação do modelo aprovado em 2017. A transmissão será feita pelo canal do youtube do MEC, às 19h, no horário de Brasília.

De acordo com a secretária-executiva do MEC, Izolda Cela, a programação já tem data prevista e cronograma deve ser divulgado nesta segunda-feira, durante a ação. Como parte das ações, em maio, o MEC deve lançar uma consulta via WhatsApp, visando alcançar cerca de 100 mil estudantes e professores. Os detalhes sobre como a consulta vai funcionar serão anunciados posteriormente.

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