Alunos protestam contra o Novo Ensino Médio no Centro de Campo Grande
Segundo o grupo, novos conteúdos priorizam apenas áreas técnicas
Grupo de estudantes e professores realizaram manifestação pacífica por mudanças na estrutura curricular do Novo Ensino Médio durante o fim da tarde desta quarta-feira (15), na região central de Campo Grande.
O coletivo, que se reuniu na Praça do Rádio por volta das 16h30, caminhou até a Praça Ary Coelho, chegando a interromper o tráfego de veículos nas ruas 15 de Novembro e 13 de Maio. A ação foi acompanhada por membros da Agetran (Agência Municipal de Trânsito) e pela GCM (Guarda Civil Metropolitana)
Para o presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Jaime Teixeira, as mudanças buscam preparar o jovem apenas para o ensino técnico. "Nossa intuito aqui é apoiar os alunos e fazer o movimento ter voz, os estudantes merecem um ensino de qualidade e não isso que estão querendo oferecer".
O Novo Ensino Médio altera a BNCC (Base Comum Curricular), amplia o tempo mínimo na escola de 2,4 mil a 3 mil horas anuais e prioriza conteúdos voltados às áreas de conhecimento escolhidas pelos próprios estudantes.
Dessa forma, as disciplinas tradicionais seriam substituídas por quatro disciplinas temáticas, elaboradas na formação técnica e com foco no mercado profissional. São elas: Linguagens e suas tecnologias, Matemática e suas tecnologias, Ciências da Natureza e Ciências Humanas e Sociais aplicadas.
A professora Maria Lima, da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), pontuou ao Campo Grande News que a manifestação foi pensada para mobilizar a população sobre mudanças que afetam o ensino de jovens de todo o País. "Como professora, vim apenas dar um apoio e ajudar eles a reivindicar os direitos, esse Ensino Médio não prioriza o conhecimentos, a forma que deveria ser aplicado, e essa reforma do ensino aqui não funciona".
Histórico - Na última terça-feira, o secretário estadual de Educação Hélio Daher participou de diálogo para ampliação do Novo Ensino Médio em Mato Grosso do Sul. Ao portal de notícias do governo, o responsável da pasta afirmou que a melhor maneira de "corrigir o que não deu certo" é criar um novo instrumento de escuta.
"É um momento importante. Precisamos manter o diálogo e considerar como estão os contextos nos Estados. Temos desafios pela frente e muitos já foram superados nestes primeiros anos de implantação".
Na próxima quinta (16), secretários de todo o País voltarão a se encontrar para uma nova conversa com o MEC (Ministério da Educação). De forma presencial, desta vez a pauta será mais abrangente e fará parte da agenda formulada pelo Consed (Conselho Nacional dos Secretários de Educação).
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