ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SÁBADO  19    CAMPO GRANDE 20º

Capital

Mãe acusa GCM de executar filho e remover provas de câmera de segurança

Professora afirma que testemunhas que presenciaram a ação disseram que não houve confronto

Por Bruna Marques e Murilo Medeiros | 18/04/2025 11:50
Mãe acusa GCM de executar filho e remover provas de câmera de segurança
Movimentação de guardas no local onde Gabriel morreu (Foto: Osmar Veiga)

“Na casa do meu filho tinha câmera. Eles arrancaram o DVR. Levaram a verdade embora.” A frase é de Claudineia Barbosa, 43 anos, professora, que enfrenta o luto e a revolta após a morte de seu filho Gabriel Willian Cardoso de Azevedo e Silva, conhecido como ‘Zoio de Gato’. O rapaz foi baleado por um guarda civil metropolitano no fim da tarde desta quinta-feira (17), na Rua Bom Jesus, no Bairro Aymoré, em Campo Grande.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

A mãe de Gabriel Willian Cardoso acusa a Guarda Civil Metropolitana de executar seu filho e remover provas de câmeras de segurança. Gabriel foi morto a tiros por um guarda em Campo Grande, após supostamente reagir a uma abordagem. A mãe alega que ele foi baleado sem resistência e que o DVR das câmeras foi levado. A Secretaria de Segurança afirma que o guarda agiu em legítima defesa, após Gabriel apontar uma arma. O caso está sob investigação.

De acordo com o relato da mãe, os policiais entraram na residência de Gabriel sem mandado e, sem que ele apresentasse resistência ou representasse ameaça, ele foi baleado na perna ainda dentro de casa. Ao tentar fugir, foi alvejado novamente, no peito, já na rua. “Chamaram ele pelo nome e atiraram. Ele correu com medo. Isso não é justiça, é execução.”

O ponto central da denúncia de Claudineia é a presença de câmeras de segurança na casa do filho. As imagens poderiam ser uma peça-chave para elucidar os fatos. No entanto, o DVR — equipamento que armazena os registros — foi retirado do local após a ação.

Ainda segundo a mãe, testemunhas que presenciaram a ação afirmam que não houve confronto e que Gabriel não estava armado. “Falaram que meu filho tinha arma. Eu não sei. Mas sei que ele não atirou. Ele não teve chance.”

Outro fato grave apontado por Claudineia é a participação de um guarda que estaria de folga na ocasião. “Quero saber o que um guarda fora de serviço fazia entrando armado, sem mandado, na casa do meu filho.”

Após os disparos, Gabriel foi levado à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Universitário, mas já chegou sem vida. “Não tinha marca de atendimento, de socorro. Estava jogado na maca. Fui eu quem ajeitei o corpo dele.”

Em meio à dor, Claudineia agora luta por justiça. “Quero o DVR de volta. Quero que expliquem o que aconteceu”.

Gabriel está sendo velado nesta sexta-feira na capela do cemitério Memorial Park, em Campo Grande. A cerimônia de despedida teve início às 7h30 e o sepultamento está previsto para às 16h30. O clima no local é de comoção, com grande presença de familiares, amigos e conhecidos — muitos visivelmente abalados e chorando.

Mãe acusa GCM de executar filho e remover provas de câmera de segurança
Amigos e familiares se reúnem na capela do cemitério Memorial Park, onde Gabriel está sendo velado (Foto: Henrique Kawaminami)

Entenda o caso - A Sesdes (Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social) confirmou que o disparo foi feito por um agente da Romu (Ronda Ostensiva Municipal), que estava de folga e usava veículo particular no momento da ocorrência.

Segundo a versão da Sesdes, o guarda seguia para a base da corporação quando viu o rapaz com tornozeleira eletrônica, uma sacola e uma arma visível na cintura. O suspeito teria demonstrado comportamento evasivo e fugido ao notar a presença do agente.

Na tentativa de abordagem, o guarda deu voz de prisão, mas, ainda conforme a nota oficial, Gabriel reagiu e apontou uma arma de fogo. O agente então atirou, alegando legítima defesa. Dentro da sacola que estava com o suspeito, teria sido localizado grande quantidade de droga semelhante ao crack.

A equipe da Romu e a Polícia Militar foram acionadas em seguida. O próprio agente prestou os primeiros socorros e encaminhou o ferido para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Universitária, onde ele morreu após dar entrada.

O caso será apurado por meio de procedimento administrativo aberto pela Sesdes. A secretaria informou ainda que o homem tinha passagens por tráfico de drogas e violência doméstica.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no Google Notícias