Nem chuva impede celebração da Paixão de Cristo nas Moreninhas
Encenação começou com atraso, mas foi acompanhada por fiéis
Nem mesmo a chuva afastou os fiéis que participam da encenação da Paixão de Cristo na comunidade São Pedro e São Paulo, situada nas Moreninhas, região sul de Campo Grande, durante o início da noite desta sexta-feira (18). A celebração acontece entre a Rua Barreiras e a Rua Guaraçaí e, neste ano, não contou com a tradicional procissão pelas ruas do bairro.
A encenação, que estava prevista para começar às 16h, foi adiada por causa da chuva e teve início por volta das 17h10, com o público acomodado no pátio da igreja. A Via Sacra está sendo apresentada por fases, chamadas de “quedas de Jesus”, intercaladas por reflexões sobre temas atuais, como mudança climática e luto.
A igreja ficou lotada durante o ofício da paixão, iniciado às 15h. Segundo os organizadores, cerca de 800 pessoas participaram. Do lado de fora, famílias assistiram à encenação com guarda-chuvas e casacos.
“A sexta-feira santa é o único dia do ano que nós não celebramos missa. Celebramos o ofício da paixão, que é a memória da paixão e morte de Jesus Cristo”, explicou o seminarista Ronaldo de Oliveira.
Ele contou que, por causa da chuva, a Via Sacra foi realizada no próprio pátio da comunidade. “Nossa igreja estava lotada. Quase metade do povo teve que ficar em pé para fora. Mesmo assim, foi um dia marcado pelo silêncio, pela penitência e pela abstinência”.
A tradição da Via Sacra encenada existe há mais de 30 anos na Paróquia Nossa Senhora Aparecida das Moreninhas. Neste ano, a procissão silenciosa até a Igreja Matriz foi cancelada. Segundo Ronaldo, a mudança não comprometeu o sentido da celebração: “A paixão de Cristo nos recorda que devemos unir as nossas dores às dores de Cristo. Quando olhamos para quem sofre, estamos olhando diretamente para Ele”.
Gustavo de Oliveira, 21 anos, soldado do Exército, participou como Pilatos e também como soldado. “Ser Pilatos é uma responsabilidade grande. Ele que manda matar Jesus. Já participei outras vezes, já fui Judas, Herodes, Caifás... Cada ano é diferente, sempre tem uma motivação nova”.
Ele contou que a chuva é uma presença comum nas edições: “Sempre rezamos para que pare, e graças a Deus sempre deu certo. Este ano mudou tudo, sem a procissão, mas a gente improvisa”.
A professora Maria Rosilene Monteiro, de 45 anos, acompanha a celebração anualmente. “É um momento para refletir sobre a vida e morte de Jesus. Nada parou Jesus, por que uma chuva iria parar a gente?”, comentou.
Para a assistente de farmácia Jucélia Medina, de 36 anos, foi a primeira vez acompanhando a celebração com o filho. “Ele ficou impressionado, perguntou se o sangue era de verdade. Mas eu expliquei que era só encenação. Mesmo sem a procissão, está sendo bem legal. A gente veio mesmo na chuva”.
A programação do Tríduo Pascal segue neste sábado (19), com a Vigília Pascal às 19h30, também na igreja São Pedro e São Paulo. No domingo (20), as missas de Páscoa serão celebradas nas comunidades nos horários de costume: 7h, 9h30, 17h e 18h30.
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