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Capital

Réu é absolvido depois de negar assassinato na última pergunta de júri

Durante todo o processo Natanael Francisco de Pinho assumiu a culpa de crime ocorrido em 2016

Guilherme Henri | 31/07/2018 15:36
Natanael Francisco de Pinho durante julgamento nesta terça-feira na sala do tribunal do júri  (Foto: Saul Schramm)
Natanael Francisco de Pinho durante julgamento nesta terça-feira na sala do tribunal do júri (Foto: Saul Schramm)

Natanael Francisco de Pinho, 30 anos, foi absolvido pelo tribunal do júri desta terça-feira (31) em Campo Grande. Ele surpreendeu a todos, inclusive o próprio defensor ao negar a autoria de um assassinato ocorrido em 2016, o qual durante todo o processo havia assumido a culpa.

A informação foi confirmada pelo defensor público Gustavo Henrique Pinheiro Silva. Segundo ele, o júri acatou a tese de Natanael, de que não foi ele quem cometeu o assassinato.

“Ele [Natanael] disse que estava sendo ameaçado, mas não forneceu mais detalhes sobre”, detalhou o defensor.

Julgamento - O réu passou todo o curso do processo confessando que matou Wislley Marquezolo, em 2016, mas na última pergunta do interrogatório desta manhã, negou que foi ele quem assassinou o jovem. Além disso, ainda completou dizendo que não diria quem de fato desferiu as facadas.

"Eu não ia nem contar que não fui quem fez isso, eu ia assumir no peito, ia ser condenado e assumir tudo, mas não vou mais fazer isso porque tenho uma filha de seis anos aqui fora", disse ao explicar a mudança repentina da versão.

Natanael ainda pontua que assumiu o crime por medo, e disse que não contaria detalhes nem entregaria os autores porque sua vida seria mais importante do que delatar o assassino.

O defensor público afirma que durante todo o processo não percebeu que havia evidências claras de que o réu estava assumindo o crime para outra pessoa. "Eu fui perceber isso somente ontem, enquanto eu estudava para o júri", completa.

Segundo ele, ainda na etapa de investigação, Natanael buscava saber como o crime tinha acontecido, mas como aproximadamente um mês depois ele confessou o assassinato, essa informação acabou sendo deixada de lado. "Era claro que ele estava assumindo para alguém, porque nem mesmo a casa dele está próximo ao bar em que a vítima estava e ao local onde aconteceu o crime", pontua.

Já para o promotor de Justiça José Arturo Bobadilha, a mudança na versão do réu foi uma forma desastrada dele tentar se livrar da condenação. "Todas as provas, tanto materiais quanto testemunhais, apontam que ele é o real autor do crime", relembra.

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